Balanço de fim de ano

Sempre que o fim de ano se aproxima, eu faço quase que automaticamente um balanço mental particular, uma retrospectiva pessoal de como foram meus últimos doze meses. Será que conquistei tudo que desejei lá atrás? Será que segui pelo caminho que tinha previamente traçado ou optei por uma rota completamente distinta da original? Será que sou hoje uma pessoa melhor do que era no ano passado?

Nesse processo, recentemente percebi que tenho uma tendência a quantificar tudo aquilo que poderia (ou deveria) ser analisado de forma qualitativa. Ao invés de contar quantos livros eu li no decorrer do ano, será que não deveria tentar entender o que aprendi de mais valioso com cada uma das leituras, e de que forma consigo propagá-las? Ao invés de ponderar se viajei a quantidade de vezes que sonhei e planejei, não seria mais rico pensar em como fui impactada por cada uma das experiências que vivi nas viagens?  

Pois bem: tentando já colocar em prática uma dessas mudanças de hábito, compartilho aqui frases de duas escritoras que li recentemente e que pautaram um pouco das minhas reflexões sobre esse tema: Aline Valek disse que tudo começou a desandar quando decidimos medir coisas significativas através de números; quando quantificamos as conquistas, removemos delas todo o valor humano.” 

Seguindo por outra vertente nesse mesmo tema, Leandra Medine escreve que “estamos sempre com pressa para produzirmos o máximo no menor tempo possível; e a partir do momento que nos tornamos ‘apenas’ a soma de nossas realizações, perdemos a conexão com quem somos de verdade.”

Ou seja: estamos tão acostumados a focar nos resultados e objetivos finais, que acabamos nos desconectando da riqueza que foi o processo orgânico que nos levou até lá. Quando nos vemos na linha de chegada – que, neste caso, seria o final do ano – nosso interesse é calcular a somatória de tudo que foi conquistado, e não a maneira como cada etapa contribuiu para o todo. 

Mas, se a gente quantifica muitos dos aspectos de nossas vidas, será que calculamos também o valor da nossa presença? Será que paramos para pensar se toda a energia que dedicamos diariamente está sendo bem investida ou quando o ano termina estamos com saldo devedor em nossa poupança mental?

Afinal: quanto vale o nosso tempo? Se é para falar de números, que entrem na conta esses fatores que tentam medir essa subjetividade tão valiosa que dá significado às nossas experiências.

Numa aula de yoga que fiz recentemente, a professora disse: “é melhor estar do que ser”. No yoga se ensina muito sobre focar no momento: se você não estiver 100% concentrado na prática, perde o equilíbrio e cai da postura. Então, num sentido mais amplo da frase, o “estar” corresponderia àquela dedicação de corpo e alma a cada uma das situações que vivemos, com foco em cada momento de maneira pura, verdadeira e intensa. 

A partir dessa “métrica”, melhor do que ser uma pessoa super viajada é ter a certeza de que se estava presente por inteiro em cada um daqueles passeios e descobertas, independente de quantos foram; ao invés de ser uma pessoa que tem uma rede de amigos gigante, mais importa saber que se estava junto deles quando precisavam. Antes de ser uma pessoa atarefada e cheia de planos para o final do ano, é melhor ponderar se você conseguirá mesmo estar dedicada de coração a cada um deles, ou só acumulado compromissos.

Bom, depois de toda essa análise, estou zerando minha calculadora mental para refazer meu balanço do ano de uma maneira muito mais justa e saudável: ponderando quais experiências valeram meu tempo e dedicação, para repeti-las no ano que vem, e quais práticas excederam o quanto julgo valer minha presença, para evitá-las ou descartá-las no próximo ano. Mas o mais importante de tudo é tentar me manter sempre num ponto de equilíbrio que me permita aproveitar, com um sorriso no rosto e uma postura digna de yogi no corpo, cada etapa da jornada, muito antes de chegar no meu destino. 

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