Stephanie Noelle: “a Descoberta da Fertilidade foi transformadora”

Eu estava num desses cafés famosos – que coloca seu nome no copo pra justificar seus preços altos -, entregue a uma das poltronas extremamente confortáveis tendo mais uma daquelas conversas levemente angustiantes (mas com uma ponta de esperança e idealização) com uma amiga que eu conheço desde meus 15 anos. Nós tínhamos 24 e o futuro era assustador ao mesmo tempo que cheio de possibilidades, e nossa conversa ressoava nossos desejos de construir algo relevante no mundo, de chegar lá, de ser alguém.

Aos 24 anos você é muito jovem mas acredita que o tempo acabou, que é tarde demais. Se você não está perigosamente perto de conseguir aquela listona de coisas que se propôs em seus muitos devaneios sem nenhuma aderência com a vida real – pronto, o tempo acabou. A pressão é tanta que qualquer passo dado precisa (precisa?) ser muito assertivo e a experiência de viver se torna uma corrida de obstáculos cujo objetivo é atravessar uma linha de chegada que ninguém sabe direito onde é, o que tem, e qual o sentido pra se estar lá, pra começo de conversa. Só disseram que era importante – ou melhor, a coisa mais importante.

Nessa conversa, minha amiga me disse que não via a hora de fazer 30 anos. Fiquei intrigada, já que é de conhecimento geral que aos 24 um dos nossos maiores medos é justamente fazer 30 anos. Ela então me disse algo como “até os 30 anos a gente tem esse monte de expectativa, de coisas pra cumprir, de como deveríamos ser, o que deveríamos sentir, fazer, concluir, alcançar, e essa sensação de que se não fizermos isso, acabou. Então, quando essa fase acaba, me parece que a gente fica livre pra criar nossa própria versão das coisas e viver conforme a gente quer”.

Faz oito anos que tivemos essa conversa e eu me lembro dela repetidamente.‍

Minha amiga estava certa e adentrar meus 30 anos foi revolucionário: botou abaixo muita coisa e reconstruiu outras. Seria mentira dizer que vivo exatamente conforme eu quero e não ligo mais pra nenhuma expectativa; no entanto, nunca me senti tão livre pra de fato pensar o que eu quero da minha vida, pra onde vou, como eu vou fazer o que eu quero fazer. Eu quero mesmo fazer algo? Ou me enfiaram isso na cabeça? Eu desejo isso ou essa vontade foi construída como um ideal de vida que, se eu parar uma meia hora pra pensar, vou ver que não tem nenhuma aderência com o que eu acredito?

Meus 20 anos foram uma estrada abarrotada de cartazes, outdoors luminosos, placas, sinais – muitas vezes contraditórios, mas sempre muito chamativos – me dizendo para onde eu deveria ir. Os 30 me trouxeram a sensação de que a estrada está mais limpa, tem menos poluição visual, eu mesma escolhi a música e de vez em quando paro no acostamento, desligo tudo, respiro fundo e tento encontrar em mim as respostas do que fazer na próxima bifurcação.

Foi assim que me vi diante de questões que até então ocupavam bem pouco espaço na minha já repleta cabecinha: qual meu real desejo em relação a ser mãe? E a gerar uma vida? O que eu sei sobre a minha fertilidade – e por que eu sei tão pouco sobre isso mesmo tendo passado tantos anos (!) comigo?

Acontece que até então eu tinha certeza que já sabia a resposta pra quase todas essas perguntas – aos 20 e poucos a gente gosta de se enganar achando que tem certezas. E eu não queria ter filhos, não queria ser mãe ou gerar uma vida; portanto, eu nem pensava muito sobre os meandros de tamanho mistério envolvendo meu corpo.

É importante dizer que ninguém parece incentivar que nós, mulheres, conheçamos mais sobre nós mesmas, nosso corpo, nossos desejos. Uma mulher que sabe de si é um perigo pras estruturas, logo, quanto menos a gente mexer nesse vespeiro, melhor.

Certo? Errado.

Talvez uma das coisas que eu mais tenha aprendido a apreciar e buscar com meus 30 anos foi ela, a autonomia. E enquanto mulher, o tempo todo parece que estamos sendo empurradas pra um lado onde essa palavra é um delírio. Pensam por nós, decidem por nós, falam sobre nosso corpo por nós. Se dar conta disso e buscar uma vida autônoma em todos os aspectos é – de fato – tomar as rédeas da própria vida, e isso pode ser transformador.

Me incomodava demais que toda a narrativa envolvendo fertilidade e decisões sobre maternidade fosse rodeada dessa sensação de que pouco ou quase nada estava nas nossas mãos, e que o nosso destino seria decidido ou de olhos vendados ou através de procedimentos que não são acessíveis a todas. Nenhuma dessas duas opções me parecia satisfatória.

Eu achava (ainda acho!) um tanto quanto injusto que nossa vida tenha mudado tanto em relação a escolhas, acessos e possibilidades nas últimas décadas, sem que biologia seguisse a mesma velocidade. Ainda hoje, parece que andamos com uma etiqueta de prazo de validade caso seja do nosso interesse gestar – decidir isso também é algo que acontece com um tic-tac incessante martelando nossa mente.

Pensar sobre isso passou a ser um peso, uma angústia, um assunto a ser resolvido e eu me incomodava com isso. Uma decisão desse porte não deveria ser tomada como quem decide se vai ou não fazer um seguro de vida caro. É insensível. E, sinceramente, eu nunca tomei uma boa decisão nessas situações. O que eu desejo se confunde com todas as vezes em que do lado de fora havia alguém me dizendo o que eu deveria fazer e muitas vezes é justamente essa voz que grita mais alto, que ganha status de escolhida.

Tem mesmo que ser assim?‍

Foi mais ou menos nesse ponto de inflexão que eu conheci a Oya, a primeira clínica virtual focada na saúde feminina no Brasil, e a Descoberta da Fertilidade, um dos serviços oferecidos por elas. Sim, é uma empresa fundada por uma mulher, com um quadro majoritariamente feminino na equipe.

Por meio de um exame que investiga nossa reserva ovariana (que, como já contei antes, eu não fazia a menor ideia que existia!) e uma consulta com uma especialista em reprodução humana (que leva em consideração quem somos, o que queremos, como é nossa vida e nosso estilo de vida, o que pretendemos pra daqui uns anos), somos apresentadas a uma investigação profunda sobre nossa fertilidade e como podemos caminhar dali pra frente, sabendo que podemos mudar de direção ou ter que lidar com alguma adversidade ou outra.

No entanto, pra mim, o exame e o resultado dele foi só uma parte do processo. O que mexeu muito comigo foi o início dessa história – que ainda não acabou e sei lá se acaba mesmo, acho que ela só ganha novos capítulos.

A decisão de fazer a Descoberta da Fertilidade pareceu simples a princípio. Um exame, uma consulta. Na teoria é isso mesmo. Mas na prática…

Na prática, descobrir minha fertilidade foi ter acesso a muita coisa que até então eu não havia conseguido entender de mim – porque estava só ouvindo os outros, ouvindo meus medos, ouvindo o que o mundo queria de mim.

O que eu senti do dia que marquei o exame até me consultar com a médica é algo que eu nunca havia me permitido sentir e ouvir antes. Pode parecer algo banal, “ah, um exame”, e eu também de certa forma pensava assim. Mas algo acontece quando a gente se propõe a vivenciar um processo em que a ideia, a proposta, é que você se conheça mais, que você tenha autonomia sobre uma decisão desse tamanho. A gente se autoriza, intimamente, a deixar os sentimentos, as questões, os anseios, tudo – tudo mesmo – vir à tona.

A diferença é que lidar com isso, organizar essas sensações, elaborar sobre esses sentimentos passa a ser algo que você não faz mais no escuro, mas sim com um acompanhamento sensível, humano e científico. Com dados e com amparo. Com um plano e possibilidades. Vivenciar esse processo foi – e tem sido – inédito pra mim. Intenso, revelador, profundo, transformador.

E não tem impactado apenas na decisão relacionado a minha fertilidade, muito pelo contrário. Porque a coisa mais bonita sobre autonomia é que ela não vem sozinha.

Ela vem causando revolução.

Pra gente ser livre, criar nossa própria versão das coisas e viver conforme a gente quer.

Um abraço apertado,

Stephanie Noelle

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