A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) atinge cerca de 13% da população feminina em idade reprodutiva do Brasil. Por isso mesmo, os seus efeitos costumam ser bastante conhecidos e, dentre eles, a dificuldade para engravidar aparece como uma das principais preocupações.
Mas como a SOP impacta na fertilidade? Será que o ovário policístico realmente dificulta a gravidez? E quais são os tratamentos que podem ajudar nesse processo? A Oya te ajuda a responder todas essas dúvidas!
Tenho síndrome do ovário policístico. Posso engravidar?
Chega de insegurança: sim, é possível engravidar, mesmo após o diagnóstico de SOP. Afinal, a síndrome do ovário policístico pode ser tratada e, portanto, controlada, possibilitando a gestação na maioria das mulheres.
Para te explicar melhor, o que acontece é o seguinte: os ovários policísticos geralmente contêm muitos folículos, que são como pequenos “sacos” em que os óvulos se desenvolvem. Eles são, porém, muito pequenos — têm cerca de 8 milímetros de tamanho, quando o ideal é entre 26 e 30 milímetros —, e também incapazes de liberar um óvulo. Daí, sem a ovulação, as chances de engravidar diminuem.
O tratamento da síndrome do ovário policístico, porém, faz com que esse processo de liberação de óvulos seja regularizado. Desse modo, a gestação pode acontecer, se não normalmente, com mais facilidade.
Ainda assim, é importante ter em mente que a SOP também está associada a um maior risco gestacional. Isso acontece porque ela está relacionada a uma maior chance de desenvolver problemas como a hipertensão ou a diabetes gestacional, bem como sofrer abortos espontâneos e nascimentos prematuros.
Nesse cenário, reforçamos a importância de você ter um acompanhamento profissional bem cuidadoso, sobretudo ao longo da gestação. Dessa maneira, consegue se preparar para eventuais desafios.
Tem SOP, mas quer engravidar? Faça uma análise preventiva da sua fertilidade!
Quero saber maisE o que é a síndrome do ovário policístico?
Agora que você já sabe que a SOP não impede a gravidez, talvez esteja se perguntando: então quais são os efeitos dessa síndrome no corpo feminino? E, mesmo sem impedir a gestação, como ela afeta as chances de uma pessoa engravidar?
Para entender melhor esses pontos, vale a pena compreender o que é, enfim, a síndrome do ovário policístico. E o nome já dá uma dica: é a presença de uma grande quantidade de cistos ovarianos. Mas não é só isso.
A SOP pode ser definida como uma doença endocrinológica, o que significa que ela está intimamente ligada ao nosso sistema hormonal. Nela, há um desequilíbrio metabólico e hormonal, o que inclui a produção de altos níveis de insulina, responsável pelo controle dos níveis de açúcar.
O corpo da pessoa diagnosticada tende, portanto, a ser mais resistente à ação da insulina no organismo, o que a leva a produzir mais desse hormônio do que o indicado. Isso faz com que haja, também, um aumento da produção de hormônios andrógenos, como a testosterona, que afeta a ovulação e pode causar efeitos negativos na saúde feminina.
Um deles, é claro, está na dificuldade para engravidar. Mas há também outros sintomas.
Quais são os principais sintomas da SOP?
Os sintomas da síndrome do ovário policístico podem variar e não se apresentam nem em todas as mulheres, nem com a mesma intensidade. Eles costumam aparecer por volta do primeiro ciclo menstrual, mas também podem se manifestar depois, como é o caso das mulheres que desenvolvem a SOP tardiamente.
O principal deles é a menstruação irregular. Pessoas diagnosticadas com a SOP podem apresentar ciclos infrequentes, irregulares ou prolongados, ou mesmo a ausência completa de menstruação, também chamada de amenorreia.
Há casos, por exemplo, de mulheres que menstruaram apenas 8 vezes no período de um ano, ou que apresentaram um ciclo de mais de 35 dias, ou seja, menstruam duas vezes no mês. Já imaginou? A intensidade da menstruação também tende a ser maior, o que pode gerar preocupação e aumentar o estresse.
Outro fator é o alto nível de hormônios masculinos. Como consequência, as mulheres podem apresentar sinais físicos, como o crescimento excessivo de pelos faciais e corporais, a pele oleosa ou com acne e, em alguns casos, o enfraquecimento ou queda acentuada dos cabelos.
O ganho de peso também é um sintoma comum. Vale pontuar, inclusive, que mulheres acima do peso são um grupo de risco para a síndrome do ovário policístico, e a obesidade também contribui para o aumento natural da insulina no corpo.
Por fim, algumas mulheres apresentam escurecimento da pele. Esse sintoma tende a aparecer principalmente na virilha, pescoço e por baixo dos seios, e, assim como os demais, pode ter impactos na autoestima da pessoa diagnosticada.
E o que causa a SOP?
Se você está se perguntando por que a síndrome do ovário policístico acomete algumas mulheres, mas não outras, a verdade é que a gente também não sabe. As pesquisas da área ainda não conseguiram determinar a causa exata da SOP, mas acreditam que a hereditariedade seja um fator importante nesse processo.
A verdade é que, quando falamos de saúde feminina, muitas perguntas continuam sem resposta. Afinal, a medicina ainda não sabe tudo sobre o assunto. Daí a importância de manter o acompanhamento com profissionais ginecológicos desde a primeira menstruação.
Então como saber se tenho SOP?
Infelizmente, não existe um teste específico para determinar se você tem ou não a síndrome do ovário policístico. As primeiras suspeitas podem aparecer nos exames de rotina. Para chegar a esse diagnóstico, porém, é muito provável que o profissional de saúde responsável pelo seu acompanhamento faça uma pesquisa mais extensa, levando em consideração todo o seu histórico médico e menstrual.
Em geral, também são solicitados exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal. Ela tem como objetivo verificar a aparência dos ovários e a espessura do revestimento do útero. Também podem ser solicitados exames de sangue, para controle hormonal e correlação com os sintomas.
Depois de confirmado o diagnóstico, não é raro que sejam pedidos, ainda, testes que avaliam possíveis complicações da SOP. Eles podem incluir a verificação periódica da pressão, da tolerância à glicose e dos triglicerídeos, a avaliação da ansiedade e a avaliação da apneia obstrutiva do sono.
Quero engravidar com SOP, e agora?
Beleza: você foi diagnosticada com a síndrome do ovário policístico e já sabe que quer — e pode — engravidar mesmo assim. E agora, por onde começar?
O ideal é que a pessoa que deseja engravidar tenha o acompanhamento médico necessário para garantir que esse processo seja feito de maneira segura. Em seguida, será preciso iniciar o tratamento para a SOP, o que também deve ser feito sob orientação profissional e requer uma mudança no estilo de vida.
Conta mais: como é o tratamento para a SOP?
Por ser uma síndrome associada aos níveis hormonais, é comum que se espere que métodos anticoncepcionais hormonais, como a pílula, sejam responsáveis pelo controle e tratamento da doença. Mas isso não é verdade.
Por um lado, sim, essa pode ser uma estratégia para mitigar sintomas e melhorar a qualidade de vida de algumas mulheres. No entanto, o tratamento real da SOP inclui:
- O controle do peso, para reduzir o nível de insulina e andrógenos e restaurar a ovulação;
- Uma dieta balanceada, focada em reduzir o consumo de carboidratos simples, que também aumentam os níveis de insulina;
- A prática constante de exercícios físicos, que ajudam a diminuir os níveis de açúcar no sangue e podem tratar e/ou prevenir a resistência insulínica, além de manter o peso sob controle.
Ou seja: ele está associado a uma mudança de hábitos. Afinal, uma vida mais saudável tem impacto na fertilidade.
Outro tratamento para a SOP que vem ganhando a atenção da comunidade médica é a acupuntura. Pesquisas apontam que, em pacientes com a síndrome, ele pode melhorar a taxa de ovulação e de menstruação, além de trazer benefícios hormonais quando associado a tratamentos medicamentosos. Dentre seus benefícios, podemos citar:
- O aumento do fluxo sanguíneo para o ovário;
- A redução do volume e do número de cistos;
- O controle da glicose e insulina no sangue;
- A redução do cortisol, hormônio do estresse, que também afeta a fertilidade; e
- O auxílio na perda de peso.
Avaliar a sua fertilidade também te ajuda a engravidar com SOP!
Vale repetir: é possível engravidar apesar da síndrome do ovário policístico, desde que você tenha acompanhamento profissional e siga as orientações dos seus médicos. E a Oya pode te ajudar nesse processo.
A Descoberta da Fertilidade é uma jornada de saúde feminina focada em avaliar a sua vida fértil a partir do acompanhamento de uma equipe médica especializada. Ela leva em consideração o seu histórico médico, seus hormônios e seu estilo de vida para te ajudar a planejar como e quando engravidar.
Com ela, é possível entender melhor como está a sua saúde ovariana, o quão distante você está da menopausa, até qual idade pode planejar uma gravidez natural e se o congelamento de óvulos deveria ser uma opção. Ou seja: você tem acesso a um panorama completo da sua saúde, e pode tomar decisões mais conscientes. Vamos juntas?