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Engravidar depois de uma perda: devo esperar? Existe risco?

Se você passou por uma perda gestacional, mas ainda tem vontade de engravidar, não é incomum lidar com sentimentos conflitantes. Será que é mesmo hora de ter um filho? Será que preciso de algum acompanhamento especial? Quanto tempo esperar? Existe risco de perder o bebê outra vez?

Essas são dúvidas recorrentes, e a gente tá aqui pra te tranquilizar: a perda gestacional não é uma sentença de infertilidade. Na verdade, ela é bastante comum e não impede futuras gravidezes saudáveis. Mesmo sendo um processo bastante difícil, ele pode ser contornado. Quer entender melhor como? A Oya te explica.

Como engravidar depois de uma perda gestacional?

A perda gestacional, ou aborto, é a complicação mais comum da gravidez, principalmente antes da 12ª semana. No entanto, mesmo que aconteça em cerca de 20% das gestações naturais, o processo não fica mais fácil. 

Para quem passou por uma perda gestacional, mas ainda deseja engravidar, existem alguns caminhos. O primeiro deles é identificar as causas do aborto, para entender melhor se ele foi causado por alguma questão fisiológica. Depois, é possível investigar a saúde dos pais, sobretudo da mulher, para tentar evitar passar pelo processo novamente.

Em geral, porém, as perdas gestacionais não tendem a ser recorrentes. Com o apoio médico e psicológico adequados, mulheres que passam por um aborto podem voltar a engravidar — se não naturalmente, com o auxílio da Fertilização In Vitro. 

Quais são as causas mais comuns para o aborto?

As causas mais comuns para a perda gestacional variam de acordo com o período em que ela acontece. Olha só:

  • Quando a perda acontece antes da 12ª semana: em geral, a causa é alguma anomalia cromossômica, ou seja, genética, que é incompatível com a vida e não permite que a gravidez continue. Em geral, 30% das gravidezes resulta em perda gestacional precoce.
  • Quando a perda acontece entre a 12ª e 20ª semanas: costuma ter mais de uma causa, como infecções, fatores de estresse, malformação uterina, insuficiência cervical etc. É muito menos comum, acontecendo em menos de 1% dos casos de gravidez.
  • Quando a perda gestacional acontece depois da 20ª semana: nesses casos, o aborto já é chamado de “óbito fetal”, e também pode ser multifatorial. Malformações fetais, restrição de crescimento fetal, infecções, arritmia fetal e descolamento da placenta são apenas algumas das causas. Nesses casos, é fundamental investigar a razão da perda gestacional com o auxílio de uma médica.

Vale lembrar que situações traumáticas também são uma causa comum para a perda gestacional. Por isso, vale a pena ter acompanhamento psicológico durante esse processo.

Uma pesquisa identificou, ainda, que a maioria das mulheres que passam por uma perda gestacional tem idade acima de 30 anos, não tem curso superior, são moradoras da zona urbana e estão engravidando do segundo filho

O que fazer depois de uma perda gestacional?

Perder um bebê, no início ou no fim da gestação, é um baque enorme para os pais — sobretudo para a pessoa que começou a viver as mudanças físicas de uma gravidez. Em um período tão delicado, não existem conselhos certos ou errados: você deve fazer aquilo que o seu corpo e a sua mente precisam pra ficar bem.

Se, porém, você está um pouco perdida e não sabe quais são os próximos passos, a gente te ajuda a se orientar. Olha só:

1. Não tenha medo de pedir ajuda

Em primeiro lugar, ter apoio é fundamental. Seja da sua família, parceiros, amigas ou profissionais de saúde mental, um pouco de colo e de suporte faz toda a diferença. De fato, estudos mostram que os impactos positivos das relações na saúde da mulher que passou pelo aborto são muito grandes. Por isso, não tenha medo de pedir ajuda.

2. Se dê tempo para viver o luto

Ao passar por uma situação tão traumática quanto a perda de um filho, não é incomum tentar encontrar justificativas para o sofrimento. Seja porque você acredita que o bebê está em um lugar melhor, seja porque ainda quer engravidar depois da perda gestacional, uma coisa é fundamental: viver o luto causado pelo aborto.

Pesquisas na área da psicologia demonstram que esta é, em geral, a etapa mais difícil, mas também a mais importante para que a dor da perda possa ser, eventualmente, superada e ressignificada. Apesar da ausência de suporte social para essa situação, o cuidado da família e o acompanhamento psicológico são fatores que fazem uma diferença significativa ao longo desse processo.

Por isso, se dê o tempo necessário para viver esse luto. Em alguns casos, pode ser que você se sinta bem depois de alguns dias, ou semanas. Em outros, pode ser que leve um pouco mais de tempo. E tudo bem. A sua saúde é sua, e só você pode determinar a profundidade do impacto dessa perda. Só não esqueça de ter acompanhamento psicológico, sempre que possível. 

3. Quando estiver pronta, investigue a sua saúde

Pode não parecer, mas, em algum momento, você vai se sentir melhor. Quando isso acontecer, e se você ainda quiser engravidar depois de uma perda gestacional, vale a pena investigar a sua saúde e entender se houve alguma causa fisiológica que possa ter contribuído para o aborto.

Em geral, como explicamos, esses fatores dependem do tempo da gestação e da idade da mulher. Ainda assim, você pode querer saber mais sobre a sua fertilidade e o seu corpo, principalmente se está tentando engravidar aos 40 anos. Procurar uma ajuda presencial e com uma profissional que você confie faz toda a diferença nesse processo. 

Quanto tempo preciso esperar para engravidar depois de uma perda?

Nos casos de uma perda gestacional até a 20ª semana, a recomendação clínica é que a pessoa espere pelo menos 2 semanas para voltar a ter relações sexuais com penetração, para evitar infecções. No entanto, sob um ponto de vista fisiológico, é possível voltar a engravidar imediatamente depois da perda.

Para os casos em que o aborto aconteceu após a 20ª semana, ou seja, em casos de óbito fetal, o ideal é tentar diagnosticar o que levou ao falecimento. Desse modo, caso a perda gestacional tenha sido causada por uma condição clínica, é possível tentar tratá-la ou investigar alternativas para a gravidez.

De modo geral, porém, estudos mostram que gestações com intervalos superiores a 6 meses tendem a apresentar menos complicações

Ainda assim, o mais importante é ouvir o seu corpo e entender quando você se sente pronta pra tentar engravidar de novo. Afinal, o processo de perder um bebê pode ter efeitos muito negativos na nossa saúde mental. Por isso, não se pressione a voltar a tentar imediatamente, tá?

Quais os riscos de engravidar depois de perder o bebê?

Uma preocupação recorrente para quem quer engravidar depois de uma perda gestacional é o risco de passar por um novo aborto. Mas as pesquisas mostram que, em geral, quem passa por uma perda até a 20ª semana tem mais chances de ter uma gravidez normal e tranquila no futuro.

Um estudo feito com mais de 53 mil mulheres observou que cerca de 43% delas tiveram uma perda gestacional no primeiro trimestre e mesmo assim tiveram filhos. Menos de 1% das mulheres sofrem com abortos de repetição, o que aumenta a segurança de quem deseja tentar de novo.

Para os casos de óbito fetal, porém, a situação pode ser mais complicada. As perdas gestacionais que acontecem após a 20ª semana tem 10 vezes mais chances de se repetir no futuro. Ou seja: é fundamental ter acompanhamento médico e tentar investigar as causas do óbito antes de tentar novamente.

E se eu passar por abortos recorrentes?

Os abortos recorrentes acontecem quando uma pessoa passa por pelo menos três abortos naturais consecutivos. Esse tipo de situação é bastante rara, atingindo apenas 1% dos casais que tentam engravidar. Ainda assim, tem consequências mais sérias, uma vez que o risco de aborto aumenta em 40% quando os casos se tornam recorrentes.

As causas do aborto recorrente são variadas, podendo ter relação com anormalidades estruturais, síndromes imunológicas, problemas anatômicos (como a malformação do feto), entre outros fatores. Em 40% dos casos, a causa não é identificável, mesmo com uma investigação cuidadosa.

Caso você já tenha passado por abortos recorrentes, a melhor alternativa é buscar acompanhamento médico. Investigar a sua fertilidade pode ajudar a encontrar os motivos pelos quais os abortos acontecem, mas apenas um profissional de ginecologia será capaz de determinar o tratamento adequado, caso haja.

Nesses casos, procure uma clínica ginecológica de confiança, para que você possa passar por exames, caso seja necessário. 

A Oya oferece todo o conforto necessário para atender pessoas que precisam de suporte profissional. Se você é de São Paulo, conheça a nossa clínica. Entre em contato com a gente pelo WhatsApp e agende a sua consulta agora mesmo.

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