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Laqueadura: quem pode fazer? Dá pra voltar atrás?

Até muito recentemente, a laqueadura tubária (também conhecida como “ligamento de trompas”) era um método contraceptivo pouco debatido. Em setembro de 2022, porém, com a aprovação da Lei n. 14.443, as regras para a cirurgia mudaram e, por isso, as discussões sobre ela cresceram. Daí surgiram algumas dúvidas: o que é esse procedimento? E quem pode fazer a laqueadura?

Antes de mais nada, é preciso deixar claro que a laqueadura é um procedimento classificado como irreversível — em alguns casos, até é possível fazer a reversão, mas as taxas de sucesso ainda são baixas. Por isso mesmo, ela é considerada um método definitivo de contracepção. Ou seja: ainda que o acesso a ela seja mais simples agora, essa é uma decisão que precisa ser muito bem pensada.

A gente acredita que nada embasa melhor uma decisão do que informações transparentes. Por isso, vamos te explicar direitinho tudo o que você precisa saber sobre a laqueadura: quem pode fazer, como é a cirurgia, se dá pra fazer pelo SUS e até qual caminho seguir se a laqueadura não parecer a opção certa por enquanto.

Como saber se eu posso fazer uma laqueadura?

Com a Lei n. 14.443, as regras que tornam uma pessoa elegível para a laqueadura mudaram um pouquinho. Essa foi uma conquista importante quando falamos sobre autonomia feminina e direitos reprodutivos. Olha só o que ficou diferente:

  • Idade mínima: hoje, 21 anos. Se você já tem dois ou mais filhos vivos, porém, pode fazer o procedimento a partir dos 18. Antes, a idade mínima era de 25 anos. 
  • Laqueadura no parto: agora, é possível realizar a laqueadura no momento do parto. Mas é fundamental manifestar esse interesse por escrito e com pelo menos 60 dias de antecedência. Na lei antiga, a laqueadura não podia ser feita durante o parto.
  • Consentimento do cônjuge: não é mais necessário. Anteriormente, para se submeter ao processo de laqueadura, a mulher precisava contar com a autorização do parceiro.
  • Quantidade mínima de filhos: não é mais exigida, desde que a pessoa que vai se submeter ao procedimento já tenha a idade mínima (ou seja, 21 anos). Antes, era necessário ter pelo menos 2 filhos vivos para poder passar pelo processo.

Ou seja: com a nova lei, qualquer mulher pode manifestar o seu interesse em realizar a cirurgia. Mas, ainda assim, é preciso passar por um acompanhamento médico e esperar pelo menos 2 meses entre a decisão e o procedimento, para reduzir as chances de arrependimento — que acontecem em até 10% dos casos, segundo estudo publicado na Revista da Associação Médica Brasileira.

Em quais casos a laqueadura é (ou não) indicada?

Para fins de contracepção, a única indicação para a laqueadura tubária é o desejo explícito da mulher. Ou seja: não há casos em que a esterilização completa seja mais recomendada do que qualquer outro método contraceptivo menos invasivo e definitivo.

Isso não significa, porém, que a laqueadura não deva ou não possa ser feita. De fato, para diversos perfis, esse método pode ser o mais indicado justamente graças ao seu baixo índice de falhas: apenas cinco a cada mil mulheres engravidam depois da laqueadura.

As contraindicações também não existem. Há, no entanto, perfis que podem apresentar mais riscos durante a cirurgia, como:

  • pessoas que lidam com obesidade;
  • pessoas que já passaram por outras cirurgias e têm risco de adesões intra abdominais;
  • pessoas com doenças cardíacas, pulmonares, renais e neurológicas.

Em resumo: a laqueadura é um procedimento simples e que não gera grandes dificuldades para as mulheres. A grande virada de chave para fazê-lo ou não fica a cargo, portanto, das chances de arrependimento. Afinal, como explicamos, a não ser em raras exceções, essa cirurgia não pode ser desfeita

Como é feita a laqueadura?

A cirurgia de laqueadura é feita a partir do corte ou remoção das tubas uterinas, aquelas responsáveis por ligar os ovários ao útero. Desse jeito, os óvulos produzidos no ovário não são mais liberados, e sim reabsorvidos pelo organismo.

É também esse corte nas tubas que impossibilita o encontro do espermatozóide com o óvulo. Daí a eficácia tão alta do processo: chega a ser superior a 99%.

O método de realização da cirurgia depende dos materiais disponíveis e de como ela acontece, mas, em geral, as tubas podem ser cauterizadas (ou seja, queimadas) ou presas com um anel ou fios. Seja qual for o método, a eficácia do procedimento não sofre alterações e não há riscos diferentes para a paciente.

Posso fazer a laqueadura pelo SUS?

Sim. As pessoas interessadas em passar pelo processo de laqueadura podem manifestar esse desejo em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) a qualquer momento. 

Em seguida, é comum que essa pessoa participe de algumas conversas sobre métodos contraceptivos. A ideia é que profissionais da saúde possam esclarecer dúvidas sobre outras opções contraceptivas além da laqueadura, já que ela é um procedimento classificado como irreversível. Essa etapa é chamada de “planejamento familiar”.

O mais importante, nesse período, é ter acesso a todas as informações. Afinal, quanto mais conhecimento, maiores as chances de tomarmos uma decisão bem embasada e mais adequada para o nosso estilo de vida, né? 

Depois dessa fase e da realização de alguns exames, como o papanicolau, é preciso aguardar a liberação da cirurgia. Como a laqueadura não é considerada uma cirurgia de urgência, na rede pública de saúde essa espera pode demorar bastante — em alguns casos, até 1 ano.

Não sei se a laqueadura é ideal pra mim. E agora?

Antes de mais nada, pode ficar tranquila: você com certeza não está sozinha. A laqueadura é um procedimento ao redor do qual se construiu um enorme tabu ao longo dos anos. Além disso, o seu caráter definitivo faz com que surjam muitas dúvidas antes de tomar essa decisão importante.

Se você ainda não tem certeza sobre fazer ou não a laqueadura, que tal começar buscando métodos contraceptivos menos invasivos que podem funcionar pra sua rotina? Existem diversas opções no mercado, e escolher a ideal pra você faz toda a diferença. A gente te ajuda a começar!

Se você busca opções de longo prazo, o DIU de cobre (método de barreira) e o Implanon (método hormonal) também são opções que podem ser consideradas. O importante mesmo é manter em mente que não existe certo ou errado, existe o que funciona pra você.

Mas existem outras opções:

Se você precisa de ajuda pra entender melhor qual método contraceptivo escolher, pode contar com a Oya. A Jornada da Contracepção foi pensada pra te apresentar as opções disponíveis e, ao lado de uma equipe médica especializada, definir o que faz sentido para a sua vida. 

Sem respostas prontas, sem julgamentos e dando total atenção pra sua vontade: é esse tipo de atendimento que a Oya quer te oferecer. Tudo isso com acompanhamento online e consulta de retorno, pra garantir que vai ficar tudo bem durante a sua adaptação. Vamos juntas?

@oya.care

Quer marcar uma consulta com a gente? Use o cupom TIKTOK para ter 10% off. Vitória importante para a autonomia feminina: o Projeto de Lei que mudava a cara da legislação brasileira a respeito dos procedimentos de esterilização (aquilo que chamamos de métodos contraceptivos definitivos) agora é lei. Até então, quem desejava fazer uma laqueadura tubária ou vasectomia, precisava de autorização do marido ou esposa e de cumprir alguns critérios, como ter pelo menos 25 anos ou dois filhos vivos. Com a nova lei, a autorização não vai mais ser necessária e essa idade mínima cai para 21 anos. Em outras palavras, ganhamoss mais autonomia sobre nossos corpos e teremos mais opções na hora de realizar o planejamento familiar. Essas medidas estão de acordo com o que está previsto nos direitos humanos, e foram adotados por diversos países durante uma conferência das Nações Unidas em 1994. No entanto, nosso país ainda falhava em garantir as medidas por aqui… até agora. Ótima notícia para começar a Semana da Mulher, né? Seguimos juntas!

♬ Aesthetic – Tollan Kim

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