O que você ia achar se você encontrasse uma vaga de emprego que tivesse o congelamento de óvulos como um dos benefícios?
Acredite: algumas empresas já estão oferecendo o congelamento como benefício para suas funcionárias. É o caso do Facebook e da Apple.
A atitude dessas grandes empresas foi, no mínimo, polêmica. De um lado, choveram elogios, por facilitar o acesso a esse processo super caro (que plano de saúde quase nunca cobre), ajudando a aliviar as mulheres da pressão com relação a se tornarem mães. Já por outro lado, veio a enxurrada de críticas: para algumas pessoas, oferecer esse tipo de “benefício” seria apenas uma distração de problemas mais estruturais do mercado de trabalho, como a desigualdade salarial e a falta de acesso a creches e a outros cuidados infantis.
Até porque, no final: colocar o trabalho à frente da vida pessoal é realmente um benefício? Pra quem?
A própria Apple, ao mesmo tempo que começou a oferecer o congelamento de óvulos para as funcionárias em 2015, não tinha um lugar pra poder deixar os filhos em mais de 708.000m2 (tamanho de quase 10 campos de futebol) de campus da empresa, no Vale do Silício. A mensagem tá clara, né? Adiar a maternidade parece ser mais prioridade para a empresa do que equilibrar vida familiar e profissional.
É tipo aquele velho preconceito que todas já ouvimos: “o problema de contratar mulher é que ela engravida” (só que não).
Esse tipo de benefício vai se tornar cada vez mais comum, especialmente porque é um procedimento cada vez mais procurado pelas mulheres — seja porque ainda não encontraram o parceiro certo, ou porque querem se dedicar mais à carreira antes de pensar nas fraldas e mamadeiras. A questão é refletir como essa oferta pode ou não se tornar mais uma forma de controle corporativo.
E você, o que acha?