Desde 2014, a vacina contra o HPV está disponível no SUS para meninas de 9 a 14 anos, meninos com entre 11 e 14 anos e pessoas adultas imunossuprimidas.
O vírus, causador do câncer de colo de útero, é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum no mundo e assusta aquelas entre nós que são sexualmente ativas, mas não tiveram a oportunidade de se vacinar antes de iniciar a vida sexual.
Como março é o mês dedicado à prevenção e ao combate do câncer do colo de útero, nós da Oya recorremos à ciência para responder algumas das perguntas que mais recebemos sobre a vacina contra o HPV – principal forma de se prevenir contra a doença:
- Sou uma mulher ou pessoa com ovário, por que devo tomar a vacina contra o HPV?
- Qual é a eficácia do imunizante contra o câncer de colo de útero?
- Posso me vacinar no SUS contra o HPV?
- Qual é o preço da vacina contra o HPV?
- Será que ainda vale a pena tomar a vacina contra o HPV?
- Se eu já tive contato com o vírus, me vacinar pode fazer algum mal?
Continue a leitura que a gente te explica tudo isso e muito mais!
Por que tomar vacina contra o HPV?
O HPV, papilomavírus humano, é a infecção sexualmente transmissível (IST) que causa lesões ou verrugas na vagina, na vulva, na região do pênis, ânus, garganta e no colo do útero.
Boa parte das infecções é assintomática e regride espontaneamente, mas nos casos mais graves, a doença pode evoluir para um tumor: o HPV hoje é responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero, doença que atinge 16 mil pessoas com ovários no Brasil.
Essa IST é também a mais comum do mundo: já foram encontrados mais de 100 sorotipos diferentes do HPV e estima-se que entre 25% e 50% das pessoas com ovários e metade das pessoas com testículos já tenham entrado em contato com algum desses vírus ao longo da vida.
No Brasil, os dados também causam alerta: um estudo feito nas capitais brasileiras identificou o HPV em 54% dos participantes. Dentre esses casos detectados, 38% foram considerados de alto risco para o desenvolvimento de câncer.
Mas como prevenir a infecção por HPV e a possível evolução para o câncer de colo de útero? Camisinha, exames preventivos periódicos (papanicolau e colposcopia) e, principalmente, VACINA!
Tem um motivo pra falarmos em maiúsculo sobre a vacina contra o HPV, mesmo para quem usa preservativo em todas as relações sexuais: é que o vírus pode se alojar em lugares que a camisinha não protege durante o ato – nos testículos e na virilha, por exemplo – e a imunização é a forma mais eficiente de blindar possíveis danos causados pela infecção.
A vacina é um recurso importante sobretudo porque boa parte das infecções é assintomática. Isso significa que muitas pessoas carregam (e transmitem) o vírus sem saber, ou então apresentam manifestações discretas (verrugas na região genital ou no interior da garganta), detectadas apenas em exames específicos. Pode acontecer também da doença se manifestar meses ou até mesmo anos depois da infecção.
Além disso, os níveis de eficácia da vacina contra o HPV são altos. Pesquisas comprovam que o imunizante tem efetividade de 90% contra lesões de baixo risco e verrugas genitais e cobertura acima de 80% no combate a casos mais graves, que podem evoluir para o câncer de colo do útero.
Vacina contra o HPV e câncer de colo de útero
O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais comum e uma das causas mais frequentes de morte entre as mulheres e pessoas com ovários.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registrou 16.710 novos casos de câncer de colo de útero em 2020. No mesmo ano, 6.596 pessoas morreram em consequência do tumor.
Quase todos os casos de câncer de colo de útero são causados por infecções pelo HPV, além de outros tipos de cânceres (no ânus, vulva, vagina, pênis e garganta), mas nem todas as variantes dessa IST podem evoluir para uma lesão cancerígena.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), entre os mais de 100 tipos de papilomavírus humano, as variantes 16 e 18 são responsáveis por 70% das lesões que levam ao câncer de colo de útero. É justamente contra essas variações mais perigosas que a vacina contra o HPV atua.
Além da vacina (primeiro passo para a prevenção), a realização anual do exame papanicolau pode ajudar a detectar lesões mais graves antes que estas evoluam para casos de câncer.
Se diagnosticado e tratado precocemente, o câncer de colo de útero pode ser curado.
Posso me vacinar no SUS contra o HPV?
O imunizante contra o papilomavírus humano só está disponível gratuitamente no SUS para meninas de 9 a 14 anos, meninos com entre 11 e 14 anos e pessoas adultas imunossuprimidas (com HIV, transplantadas ou em tratamento oncológico). As demais interessadas em tomar a vacina contra o HPV têm que recorrer à rede privada e pagar pela imunização.
Qual é o preço da vacina contra o HPV?
Em pessoas adultas, a vacina quadrivalente contra o HPV é aplicada em três doses, com o preço médio de R$550 cada. Dica: pacotes com todas as doses juntas tendem a ter desconto.
O espaço entre a aplicação da primeira e da segunda dose deve ser de um mês. Seis meses depois, a terceira “picadinha” completa o ciclo vacinal.
Já iniciei minha vida sexual, ainda dá tempo de tomar a vacina contra o HPV?
Sim! Ainda vale a pena tomar a vacina contra o HPV.
As chances de exposição ao HPV aumentam com o passar do tempo e com a elevação do número de parceiros sexuais. Há, inclusive, dados que apontam a faixa dos 35 anos como o segundo pico de infecções pelo papilomavírus humano em mulheres da América Latina – o primeiro pico acontece na adolescência, logo no início da vida sexual.
Mesmo se você já tiver sido exposta ao vírus, você não está imune. Com a infecção pelo HPV não há formação de anticorpos potentes o suficiente para te livrar das outras 100 variantes da IST. Por isso, a vacina é o método mais eficaz para ir ao cerne do problema e te proteger contra casos mais graves.
Se eu já tive contato com o vírus, me vacinar pode fazer algum mal?
Não tem perigo: mesmo que você já tenha sido exposta ao vírus, você pode tomar a vacina contra o HPV sem nenhum risco à saúde.
O que mais você precisa saber sobre a vacina contra o HPV?
- Uma das metas da Organização Mundial de Saúde (OMS) é erradicar o HPV vacinando 90% das meninas com até 15 anos até 2030;
- O Reino Unido caminha a passos largos para a erradicação do câncer de colo de útero. Por lá, a vacinação gratuita alcança mulheres nascidas até 1995;
- Apesar da gratuidade e disponibilidade no SUS, dados sobre 2020 mostram que pouco mais da metade das meninas brasileiras com entre 9 e 14 anos completaram esquema vacinal contra o papilomavírus humano;
- Entre os meninos, o número é ainda menor: somente 36,4% tomaram as doses contra o HPV;
- No Brasil, a vacina contra o HPV está disponível em centros de saúde privados desde 2007.
Tive uma relação desprotegida, como saber se estou com HPV?
Ter uma relação desprotegida não é, necessariamente, sinônimo de infecção pelo HPV ou por qualquer outra IST – mas não custa investigar.
Em casos de relação sexual desprotegida, o SOS Oya – nossa consulta online com ginecologista – pode te ajudar, sem julgamentos. Com agendamento fácil e rápido, você conversa com uma médica ou médico especialista que vai te ajudar a traçar o melhor plano de ação possível. Conheça o SOS!