Sabemos que todas as pessoas do sexo feminino nascem com uma quantidade X de óvulos (a famosa reserva ovariana!) e essa quantidade vai diminuindo ao longo da vida. Falamos muito dessa quantidade, porém a qualidade dos óvulos importa mais. Afinal, é preciso um óvulo saudável para gerar uma nova vida.
O primeiro passo para cuidar da fertilidade, portanto, é construir saúde ao invés de tratar doenças. Nessas horas, o básico funciona. E como fazemos isso?
- Nos alimentando com comida de verdade (ou seja, sem ultraprocessados e agrotóxicos)
- Bebendo bastante água;
- Tendo uma noite de sono reparador
- Praticando atividade física,
- Fazendo suplementação diária de vitaminas e nutrientes
- E, se preciso, nos nutrir de bons pensamentos.
São coisas óbvias, não é mesmo? Mas quantas vezes nós ouvimos o óbvio, porém não colocamos ele em prática?
Quando o assunto é planejar uma gestação, em geral, nos tornamos mais conscientes das fases do nosso ciclo menstrual e aí todos os holofotes estão nela, na menstruação. Basta um dia de atraso para que a expectativa cresça.
Mas deixa eu te contar uma coisa:
você sabia que a menstruação não atrasa?
O que atrasa é a ovulação e é nela que o foco deveria estar.
E um dos fatores contribuintes para o atraso na ovulação é o nosso lado emocional.
Sabe aquele mês que desceu a menstruação “atrasada” e só depois você lembrou que havia passado por um estresse emocional forte? Pois bem, esse estresse pode ter sido o causador do atraso – mas não da menstruação, e sim da ovulação.
O momento em que o útero descarta o óvulo que não foi fecundado está diretamente ligado com a hora em que aquele óvulo foi liberado para início de conversa. Tá tudo conectado!
E onde a acupuntura entra nessa história?
Podemos aprofundar um pouco o olhar sobre esse fenômeno, sabia? Vou te explicar como isso acontece na visão da medicina chinesa, uma medicina que busca tratar o indivíduo e não a doença.
Nesta modalidade de tratamento é contemplada uma ampla variedade de ferramentas que inclui o uso de acupuntura, auriculoterapia, ventosas, fitoterapia, dietoterapia, moxabustão e fórmulas magistrais chinesas. A escolha da terapia a ser utilizada se baseia no padrão de desarmonia que a pessoa está apresentando.
Agora que você já sabe tudo isso, deixa eu te contar como a medicina chinesa enxerga esse ”atraso” na ovulação:
O útero se abre em dois momentos: na ovulação, para permitir a entrada de espermatozoides, e na menstruação, para esvaziar o sangue acumulado graças ao aumento do endométrio, quando não há fecundação. Após esses momentos, ele se fecha novamente.
De acordo com a medicina chinesa, a abertura e o fechamento do útero são responsabilidade de dois meridianos (canais de energia): coração (abertura) e rins (fechamento).
O meridiano do coração abriga a nossa mente, nosso emocional. Então, um emocional abalado atrasa essa “abertura de útero”, que atrasa a ovulação e consequentemente atrasa a nossa menstruação. Mas quando queremos engravidar, esse atraso não é bem vindo, não é mesmo?
A acupuntura é uma ferramenta super poderosa para fazer a regulação do nosso ciclo menstrual porque ela atua no eixo hipotálamo–hipofisário (que é o grande responsável pela integração dos sistemas nervoso e endócrino no corpo humano), além de melhorar a vascularização uterina e aliviar os sintomas de ansiedade, aquietando a nossa mente e, consequentemente, “regulando” essas aberturas.
Novos caminhos
O objetivo da acupuntura é fazer o reequilíbrio energético do nosso corpo, para que tenhamos óvulos de qualidade, uma boa vascularização uterina, endométrio receptivo, ciclo menstrual regular, menos ansiedade e, consequentemente, mais qualidade para a nossa saúde reprodutiva.
Para mim, fertilidade não é só gerar filhos, mas também gerar consciência, transformação, ideias, projetos e sonhos. E isso é o que me move. Falar sobre fertilidade é flertar a todo momento com um mundo cheio de novas possibilidades e, por isso, eu acredito no poder das agulhas que chamo carinhosamente de ”agulhinhas do bem”.
Vamos juntas?
Prazer, eu sou a Camila Baliero, sou casada há quase 10 anos e tenho 2 crianças sapecas, levadas da breca e que são frutos de uma ovulação tardia. Sou formada em farmácia e bioquímica, escolhi essa graduação porque nela eu enxerguei um horizonte que me dava alternativas para ajudar a curar as pessoas de uma maneira mais natural, sem muita intervenção medicamentosa. Um paradoxo, não é mesmo?
Mas é nesse paradoxo que eu encontro o meu equilíbrio. A medicina chinesa me conquistou justamente por isso, por falar a todo momento sobre yin e yang, nem tudo é uma coisa só.