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Depressão em mulheres: o que saúde física tem a ver com isso?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 322 milhões de pessoas no mundo tem depressão 4,4% da população mundial! Desse total, a depressão em mulheres compõe a maior parte dos diagnósticos: segundo a Mayo Clinic, organização não-governamental de pesquisa e prática médica, temos quase duas vezes mais chances de desenvolver a doença que os homens.

Essa disparidade ainda não foi 100% explicada pela ciência, mas a lista de fatores que influenciam nessa conta passa por elementos sociais, psicológicos e biológicos – de um trauma de infância à dupla jornada de trabalho, de questões hormonais a diferenças cerebrais.

Para falar sobre esse assunto delicado – e que pra muitas pessoas ainda é um tabu – recorremos (como sempre) à ciência, que nos ajuda a refletir sobre questões espinhosas para assim, quem sabe, encontrar soluções. Vamos juntas?‍

Janeiro Branco: hora de falar sobre depressão em mulheres

Outubro Rosa e Novembro Azul já são conhecidos de grande parte dos brasileiros. Difícil encontrar alguém que tenha passado incólume pelas campanhas de conscientização sobre o câncer de mama e de próstata, respectivamente. O Janeiro Branco ainda é tímido se comparado aos seus “companheiros”, mas existe desde 2014 com o objetivo de conscientizar sobre questões relacionadas à saúde mental e emocional.

Além das dificuldades de diagnóstico motivadas pelo estigma sobre a doença (“isso é frescura, fraqueza”, “a vida é irada, mano, vamo curtir!”), são grandes os obstáculos para o tratamento da depressão a nível global. Em muitos países, menos de 10% das pessoas diagnosticadas recebem tratamento adequado. No mundo, a média de indivíduos depressivos que recebem ajuda profissional não chega nem à metade dos casos. Eis aí a importância da conscientização!

Janeiro é o mês escolhido para falar sobre saúde mental porque a virada de ano representa um tempo de reflexão em nossa cultura. É mês de falar em autocuidado, mas é também tempo de refletir sobre temas mais pesados como a depressão, a ansiedade e outros temas afins que ainda são estigmatizados em nossa sociedade – e que não são resolvidos apenas por uma boa noite de skincare.

Muito se fala em recomeço, novos objetivos, etc em janeiro, o que faz com que o processo de olhar para dentro de si seja facilitado nessa época. Quem nunca fez uma lista de metas a cumprir no ano que se inicia?

Pois é, sem saúde mental em dia, fica muito mais difícil tirar os planos do papel. E quem sofre mais com isso? As mulheres. Basta observar, por exemplo, alguns itens que costumam estar na lista de resoluções de ano novo de boa parte da população feminina:‍

  • Conseguir aquela promoção no emprego ou um novo trabalho;
  • Ser devidamente reconhecida pelo que faz;
  • Terminar a faculdade, a pós-graduação ou iniciar um novo curso;
  • Ser mãe ou passar o ano sem engravidar (medo de gravidez na adolescência aos 28 anos? Entendemos! haha),
  • Encontrar um amor ou quem sabe até se casar;
  • Começar uma atividade física, manter a casa em ordem, ter o corpo X, ter o rosto Y…

E por aí vai. Olhe de novo para a lista e pense com a gente: quantas dessas preocupações estão entre as metas de ano novo do seu melhor amigo, do seu namorado, seu pai, seu irmão, seu primo, seu marido? Provavelmente nem todas, certo? Sim, pois nem todas as pressões que caem sobre nós, mulheres, estão presentes na vida deles.

Entre outros fatores, já conseguimos ter algumas pistas sobre porque a depressão em mulheres é assunto para ser abordado o ano inteiro. Mas não são só as questões sociais que entram nessa conta, viu? A própria fisiologia feminina pode alavancar a depressão em mulheres.

Hormônios? O que a depressão em mulheres tem a ver com isso?

De acordo com a mesma pesquisa da Mayo Clinic que citamos na introdução, alguns eventos hormonais e peculiaridades do cérebro de pessoas do sexo feminino podem ser fator de risco para a depressão em mulheres. A gente te conta quais são:‍

Puberdade: hormônios e descobertas à flor da pele‍

O crescimento traz consigo diversas alterações hormonais que, mais que causar flutuações normais de humor, podem contribuir para o risco de depressão em mulheres. Somado a isso temos o fato de a adolescência ser um momento de descobertas (da própria sexualidade, da própria identidade, do que se deseja pra si), de conflitos (com os pais, com o próprio tempo, com figuras consideradas de autoridade até então) e de pressão (escolha de uma faculdade, escolha de um emprego, novas responsabilidades).

Ou seja, prato feito para uma crise que vem temperada com uma ebulição de novos hormônios e mudanças no corpo e na mente.‍

Ciclo menstrual: para algumas pessoas, não é só uma TPM‍

Em alguns casos, os incômodos leves e passageiros de uma TPM, causados pelas flutuações hormonais do período, podem se estender e se intensificar, transformando-se no chamado Transtorno Disfórico Pré-menstrual, o TDPM. Falamos aqui sobre um tipo de depressão em mulheres que leva a sintomas graves e incapacitantes que afetam profundamente a pessoa atingida.

Mesmo com conhecimento sobre o TDPM, a ciência ainda não é absolutamente conclusiva sobre a relação entre o período pré-menstrual e a depressão em mulheres. O que sabemos até agora é que as mudanças cíclicas em hormônios femininos (como o estrogênio e a progesterona) podem causar alterações em reguladores de humor que trabalham no nosso cérebro.

Nessa dança em círculos, neurotransmissores como a serotonina (que regula a sensação de felicidade e bem-estar) podem ficar prejudicados.‍

Gravidez: vida nova, eventos hormonais novos‍

A rápida carga de mudanças hormonais de uma gravidez não é coisa fácil para o nosso corpo e nossa mente. Por esse e outros motivos a depressão em mulheres grávidas ou em pós-parto é tão comum.

Estima-se que entre 10% e 15% das mães biológicas passam por quadros depressivos após o nascimento de um filho. Além da contribuição dos hormônios para essa estatística, outros fatores externos entram na equação. Entre eles, temos a insegurança social ou no trabalho, estresse, mudança de estilo de vida e falta de suporte afetivo e emocional.‍

Menopausa, envelhecimento e depressão em mulheres‍

O período que antecede a menopausa, chamado de perimenopausa, também é fase de risco para o desenvolvimento da depressão em mulheres. Nessa etapa, as significativas diminuições de hormônios, como o estrogênio, causam profundas mudanças físicas que muitas vezes contribuem negativamente para a qualidade de vida dessas pessoas. Por exemplo, alterações de sono e de peso.

Além disso, na nossa cultura, o fim da vida fértil de uma mulher carrega consigo o simbolismo do envelhecimento – e desde quando mulheres podem envelhecer em paz na nossa sociedade?

E mais: a depressão pode se desenrolar em sintomas e doenças físicas‍

É importante saber que, se não for tratada adequadamente, a depressão pode afetar também o corpo físico. Uma série de sintomas e complicações médicas, como algumas doenças autoimunes e determinados tipos de câncer, já são relacionadas ao diagnóstico da doença.

O que mais pode explicar os altos índices de depressão em mulheres?

Claro, nós acreditamos na contribuição da saúde física para a saúde mental (e vice-versa), mas não ignoramos os fatores sociais que também contribuem para as altas taxas de depressão em mulheres. Aquela listinha de metas para o ano novo, lá no começo da nossa conversa, já nos ajudou a pensar um pouco nisso, né?

Quase metade dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, é o que revelam dados do IBGE. É sobre elas que muitas vezes recaem as preocupações a respeito do acesso a recursos de saúde e educação, o medo de não ter o que comer e onde morar amanhã ou depois, as incertezas sobre o futuro da família e delas próprias.

Também é sobre os ombros das mulheres que está concentrada a maior carga de trabalho – dentro e fora de casa, sem contar a trabalheira emocional de lidar com tudo isso.

A mesma pesquisa revela que, apesar de com mais responsabilidades sobre a casa e a família, em média as mulheres ganham menos e estão bem longe dos cargos de chefia. Em 2018, elas ganhavam 20,5% a menos que os homens. No mesmo ano, ocupavam somente 10% das cadeiras mais altas das empresas brasileiras.

Some essas informações ao fato de que mulheres são vítimas mais frequentes de violência doméstica, abuso sexual e outras formas agressão verbal, patrimonial, emocional e simbólica. Adicione a história individual de cada uma de nós também à conta. Traumas únicos de ordem familiar, de relacionamentos interpessoais e amorosos ou relacionados à sexualidade, aos padrões de beleza, à raça e classe social também devem ser considerados.

É, não é difícil entender porque a depressão em mulheres é assunto tão urgente a ser debatido.‍

Tem cura? Quando devo procurar ajuda?

“Mas Oya, a depressão em mulheres tem cura?” Sim. A depressão pode ter cura para todas as pessoas. O processo pode não ser fácil, mas a boa notícia é que mesmo quadros mais severos podem ser tratados.

O primeiro passo é ficar atenta aos sinais mais sutis da doença, já que, assim como nos casos do câncer de mama ou de próstata, o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença.

A gente te dá uma mão pra reconhecer alguns sintomas da depressão em mulheres:‍

  • Tristeza, culpa ou desesperança que não passa;
  • Perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas pra você;
  • Padrão de sono alterado (dormir demais ou dormir de menos);
  • Fadiga, dor ou outros sintomas físicos sem causa aparente;
  • Dificuldade para se concentrar ou problemas de memória sem motivo aparente;
  • Mudanças no apetite, causando muita perda ou muito ganho de peso;
  • Sentimento frequente de que não vale a pena viver;
  • Pensamentos suicidas.

‍Como vimos, depressão é uma doença séria, que vai muito além de se sentir triste ou desanimada por alguns dias. Mas isso não significa que só pessoas diagnosticadas precisam ficar atentas à própria saúde mental. Recursos como a psicoterapia pode ajudar qualquer pessoa a ter uma vida mais leve, principalmente nesses tempos caóticos em que estamos vivendo.

A gente não faz exames de rotina todo ano pra ver se nosso corpo vai bem? Que tal conversar com um especialista na escuta qualificada algumas vezes por mês? Cuidar da sua saúde mental é cuidar da sua qualidade de vida, que pode interferir em uma série de outros aspectos, até mesmo na fertilidade.

Sim, fatores como o estresse podem causar um impacto negativo na sua vida fértil. Ficou intrigada? Então siga com a gente nessa conversa para saber mais sobre o assunto!

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