Fertilidade sempre foi um assunto complexo pra mim, um tabu mesmo. Não quero ser mãe agora, isso é uma certeza. Não é o meu momento e eu nem sei se ele vai chegar um dia. Pensar nisso era o suficiente pra me gerar todo tipo de ansiedade possível, eu sentia que estava cedendo a uma pressão social, ficava irritada, minha vontade de olhar pra isso era menor que zero.
Decidi deixar pra pensar sobre isso depois, quando a vontade batesse, ou quando “tivesse tempo”. Foi quando comecei a trabalhar na Oya e esse tema passou a fazer parte da minha vida diariamente. Decidi fazer a descoberta, mas meu foco inicial era o trabalho, pois eu precisava entender a experiência das nossas Oyanas, para identificar barreiras, dores, necessidades e oportunidades de melhorar ainda mais essa jornada. Honestamente, eu nem tinha pensado sobre o meu resultado, e quando ele chegou foi um choque.
Saber que eu tenho 33 anos e uma reserva ovariana baixa pra minha idade me fez voltar a pensar: será que eu tenho que decidir se quero ou não ser mãe agora? Eu não estava preparada pra isso. No começo foi difícil, tentei dividir com algumas pessoas próximas, e algumas delas não sabiam o que dizer, enquanto outras me disseram o que achavam que eu devia fazer, sendo que nesse momento tudo o que eu precisava era ser ouvida sobre o que eu estava sentindo, e não receber opiniões sobre o que fazer.
Encontrei esse apoio na própria Oya, durante a consulta e também conversando aos poucos com o nosso time e entendendo melhor minhas possibilidades, além de ter o suporte de algumas amigas que estavam mais preparadas pra falar sobre o tema. Depois de um tempo digerindo a informação, percebi que ganhei um presente: eu posso deixar essa decisão para a Paula do futuro fazendo um congelamento de óvulos. Mas dessa vez a decisão é realmente minha, não adiei olhar pra isso até o ponto que fosse tarde demais, porque ainda não é. E junto com essa escolha, entrei numa nova jornada de conhecer ainda melhor o meu corpo, para tomar decisões de maneira preventiva, além de entender como isso pode impactar em uma menopausa precoce ou até outras coisas relacionadas a minha saúde.
No fim, aquilo que me gerava mais pressão acabou me libertando.
É em rede que nos fortalecemos. A potência desta afirmação se torna ainda mais forte quando pensamos no poder que existe no ato de compartilhar nossas histórias, principalmente quando são histórias a respeito de temas que quase ninguém fala, como é o caso da fertilidade.
Caso esse depoimento tenha acendido uma luzinha dentro de você, continue com a gente nesse papo e veja por que é tão importante (e urgente) falarmos sobre fertilidade. E para conhecer mais sobre a nossa Descoberta da Fertilidade, clique aqui.