Coragem: substantivo feminino

Se você procura por “coragem” em qualquer dicionário da língua portuguesa, é isso que vai encontrar:

Co.ra.gem.

Substantivo feminino. 

Valentia. Destemor. Bravura. Postura firme diante de perigo.

Nunca me considerei uma pessoa corajosa. Altas velocidades me apavoram, tenho muito medo de escuro, uma crença assustadora (e totalmente sem sentido) de que vou ficar entalada em espaços pequenos — isso sem falar no mini pavor que me paralisa quando certos insetos aparecem do nada, ou pior: quando eles somem de vista dentro de casa.  

Por conta de tudo isso, sempre me autointitulei uma pessoa medrosa. Não que esse adjetivo me incomodasse ou fizesse mal, ele apenas era verdadeiro pra mim e eu o enxergava ali embutido na minha personalidade.

Em paralelo a isso, outro traço bem forte de minha personalidade é que sempre fui totalmente movida a novidades, engajada a vivenciar e abraçar novas experiências: desde fazer uma viagem diferentona, tentar praticar um esporte novo, ou até mudar de trabalho sempre que sinto vontade de guinar a direção e reorientar minha carreira. 

Sou a primeira pessoa a incentivar as amigas a deixarem o apego de lado e irem atrás de um novo emprego quando o antigo deixa de fazer sentido ou trazer realização pessoal. E eu não só falo como o faço também: quando começo a sentir que uma mudança cairia bem, me entrego ao sentimento, obedeço ao que manda meu coração e vou atrás de novos caminhos. Lembro de uma ocasião em que contei a uma amiga que eu havia conquistado um trabalho super legal, com o qual eu sonhava há tempos e, para minha surpresa, ela disse: “Nossa, sempre admirei tanto a sua coragem! Você sempre vai atrás do que você quer, sem medo”. 

Passei alguns dias ponderando sobre a visão que ela tinha do meu jeito de ser — segundo ela, corajoso e sem medo — porque não era a maneira que eu me via. Eu só achava que tinha uma vontade constante de respirar novos ares e uma forte sensibilidade para escutar meu coração, e assim era mais fácil deixar me levar por onde ele me guiava.

Fiquei encafifada sobre o assunto e tratei de pesquisar e ir mais a fundo sobre a tal da coragem, e foi quando encontrei, direto de um dicionário etimológico, um significado diferente para a palavra, desta vez explorando sua origem histórica. 

Segundo a etimologia, coragem vem do latim coraticum, que significa “a bravura que vem de um coração forte”. De acordo com a civilização romana, o coração — sede das nossas emoções, vontades e desejos — é o responsável por conduzir nossa alma e orientar nosso corpo, indicando o caminho a ser percorrido. Também é ele que promove ânimo e força para superar os medos, problemas e obstáculos que vierem, nos possibilitando perseverar no trajeto em que ele indica. Em suma: seguindo esta linha de interpretação, ouvir e obedecer ao que manda o nosso coração é uma das mais puras demonstrações de força e coragem.

Impactada com essa nova visão, ficou muito claro pra mim que o medo e a coragem não passam de uma questão de perspectiva: ninguém é apenas medroso nem corajoso o tempo todo. É algo fluido. Esses conceitos são totalmente individuais, pessoais e intransferíveis, com significados e pesos diferentes para cada pessoa. 

As mudanças e novidades que eu encaro e abraço tranquilamente podem ser uma dificuldade paralisante para outras pessoas. Ao mesmo tempo, um simples e inofensivo filme de terror — que me deixa sem dormir por três noites seguidas — ou um esporte muito radical em altíssima velocidade que me apavora podem ser deliciosas fontes de entretenimento para outros. 

No final, concordo com os romanos e acho que a maneira mais nobre de honrarmos nosso próprio corpo é ouvindo nosso coração e seguindo nossa intuição. Se eles estão aqui dentro de nós, é porque foram feitos pra ajudar cada um de nós a escrever sua própria história de coragem e traçar seu brilhante caminho particular.

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