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Como escolher anticoncepcional: métodos de barreira

Seja entre os métodos de barreira ou hormonais, não existe contraceptivo bom ou ruim — existe o que funciona pra você. O melhor anticoncepcional é diferente para cada pessoa, cada corpo e cada fase da vida. Por isso, é importante que o tema esteja sempre no seu radar, para garantir que sua escolha atual seja realmente aquela que vai te ajudar a evitar uma gravidez indesejada (y otras cositas más!) hoje.

A escolha que você fez no início da sua vida sexual não precisa te acompanhar pelo resto da vida (a não ser que você queira, claro!) e está mais do que permitido mudar.

Pensando nisso, preparamos um guia beeeem completo com todas as opções disponíveis no mercado, listando os prós e contras de cada uma para tornar a tarefa de escolher anticoncepcional um pouco mais fácil pra você. 

Nesta conversa, falamos sobre escolher anticoncepcional pensando em métodos de barreira. Aproveite para tomar notas e registrar todas as suas questões, que podem ser discutidas junto com sua médica ou médico de confiança e até mesmo com sua parceria.

Métodos de barreira: o que são?

Como o nome já entrega, métodos de barreira são aqueles que protegem você de uma gravidez indesejada ao criar uma barreira física no seu organismo, seja impedindo o contato do sêmen com a vagina, seja impedindo a fecundação já na região do útero. Tudo isso sem hormônios!

Alguns desses tipos de anticoncepcional em forma de métodos de barreira ainda contam com a vantagem de servirem de proteção contra boa parte das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). 

Alerta de amiga 1: mesmo que os métodos de barreira não sejam o melhor anticoncepcional para você, usar camisinha é fundamental em todas as relações sexuais — e isso vale também para relações entre pessoas do mesmo sexo.

Alerta de amiga 2: nenhum anticoncepcional, nem mesmo os métodos de barreira, anula a necessidade de manter uma rotina de exames preventivos. Por exemplo, no caso do HPV e de infecções que causam feridas genitais, a transmissão pode acontecer mesmo com o uso do preservativo. Fique atenta!

Qual anticoncepcional escolher? Veja as opções de métodos de barreira!

A seguir, você confere as principais opções de métodos de barreira, para escolher o anticoncepcional perfeito pra você. Olha só:

Preservativo externo (camisinha peniana)

Efetividade como anticoncepcional: 97% (uso perfeito*) e 86% (uso típico**)

A clássica camisinha peniana é uma bainha fina que cobre o pênis, evitando que o sêmen entre em contato com o corpo. É descartável, geralmente feita de látex, poliuretano ou poliisopreno. Existe ainda uma variedade feita de intestino de cordeiro, mais cara e difícil de encontrar. 

É o método de barreira mais comum e usado durante relações sexuais que envolvem penetração com pênis ou outros objetos fálicos, como vibradores. 

PrósContras
– Protege contra ISTs (exceto as feitas de intestino de cordeiro);
– Ampla variedade de opções (tanto de material, facilitando a vida de quem é alérgica, como de texturas e sabores para quem curte experiências diferenciadas);
– Fácil acesso (disponível em farmácias, supermercados, postos de gasolina, etc);
– Distribuído gratuitamente pelo SUS em postos de saúde e locais de circulação pública.
– Produto descartável e não reciclável (usou uma vez, acabou);
– A versão mais comum, feita de látex, pode causar alergias ou irritações.

* Uso perfeito: abrir a camisinha com cuidado, sem usar os dentes (assim, evita o risco de furar o preservativo). Colocar o preservativo apenas quando o pênis já estiver ereto, desenrolando da cabeça até a base, sem esquecer de segurar a pontinha (aquela “sobrinha” de camisinha, sabe?) pra retirar o ar.

** Uso típico: abrir a embalagem com os dentes e colocar a camisinha sem cuidado, na pressa do tesão.

Preservativo interno (camisinha vaginal)

Efetividade como anticoncepcional: 95% (uso perfeito*) e 79% (uso típico**)

Os preservativos internos, conhecidos como camisinha vaginal, são métodos de barreira em forma de bolsas de poliuretano sem látex, finas, flexíveis e sem hormônios. Sua estrutura é composta por dois anéis que formam um tubo com uma das extremidades fechadas, para evitar que os espermatozoides entrem no útero. 

Uma parte da camisinha é inserida no canal vaginal e a outra fica posicionada do lado de fora. Pode ser usada também no ânus.

PrósContras
– Protege contra ISTs;
– Mais autonomia para pessoas do sexo feminino;
– Pode ser colocada até 8h antes da relação sexual;
– Boa opção para pessoas alérgicas aos preservativos com látex;
– Se mantém no lugar com ou sem o pênis ereto.
– Menos acessível que os preservativos penianos;
– O uso perfeito exige prática, e a falta dela pode prejudicar a eficácia do método e o conforto durante o ato;
– Produto descartável e não reciclável (usou uma vez, acabou).

* Uso perfeito: segure a parte aberta da camisinha com uma mão. Com a outra, faça um 8 apertando o centro da extremidade fechada. Depois, se agache ou dobre as pernas (tipo frango assado) e coloque o preservativo na vagina começando pela parte fechada. Lembre-se de deixar cerca de 3 cm do lado aberto pra fora. Use lubrificante!

** Uso típico: colocar a camisinha sem deixar uma parte do material de fora, não verificar a embalagem antes de abrir, abrir com pouco cuidado e não inserir o preservativo com atenção.

Espermicida

Efetividade como anticoncepcional (quando usado sozinho): até 82% (uso perfeito*) e até 80% (uso típico**)

Disponível em várias concentrações e formas (líquida, espuma, geleia, creme e supositório), o espermicida é uma substância química que imobiliza e destrói os espermatozoides durante a relação sexual. Ele pode ser usado sozinho (direto no canal vaginal, próximo ao útero) ou combinado com um diafragma ou preservativo (mais recomendado). 

Espermicidas em forma de gel ou creme podem ser inseridos no canal vaginal a qualquer momento, desde que menos de uma hora antes da relação sexual. Já quando esses métodos de barreira vêm em outras formas (tablete, supositório, geleias, filme) devem ser inseridos com no mínimo 10 minutos de antecedência ao sexo — e no máximo uma hora. 

Atenção: a área com espermicida só pode ser lavada 6 horas depois do ato.

PrósContras
– Livre de hormônios;
– Mais autonomia para pessoas do sexo feminino.
– Não protege contra ISTs;
– Baixa efetividade quando usado sozinho;
– Pode causar irritações, reações alérgicas e infecção no trato urinário;
– Apesar de ser fácil de aplicar, o uso perfeito desse método de barreira exige controle rígido dos horários de aplicação e limpeza.

* Uso perfeito: respeitar o tempo mínimo de 10 minutos e máximo de 1 hora para a aplicação do espermicida antes da relação sexual. Lavar a região apenas 6 horas após o ato.

** Uso típico: colocar o espermicida na hora que o tesão bater e já correr pro abraço.

Esponja espermicida

Efetividade como anticoncepcional: até 80% (para quem nunca engravidou) e até 76% (para quem já teve filhos)

A esponja espermicida é um disco esponjoso impregnado com espermicida inativo, que é ativado quando a esponja é umedecida. Esse método de barreira é colocado no fundo da vagina, com a parte curva de frente para o colo uterino. É removida por uma alça de nylon acoplada.

Pode ser colocada até 24 horas antes da relação, mas não deve ser usada por mais de 30 horas seguidas. Quando posicionada corretamente, serve como método de barreira em múltiplas relações, mas deve ser descartada sempre que for retirada.

PrósContras
– Livre de hormônios;
– Mais autonomia para pessoas do sexo feminino;
– Pode ser usado em várias relações nas primeiras 24 horas após ter sido colocada (desde que não seja removida);
– Não precisa de prescrição médica.
– Não protege contra ISTs;
– Baixa efetividade quando usada sozinha;
– Deve ser umedecida antes do uso;
– Não é reutilizável;
– Difícil de encontrar em farmácias brasileiras;
– Pode causar secura ou irritação vaginal;
– Se o disco quebrar durante a retirada, é necessário procurar um médico para evitar complicações;
– Como é inserida no colo do útero, é importante que a pessoa tenha familiaridade com o próprio corpo para que a esponja fique posicionada corretamente e possa criar uma barreira eficaz.

* Uso perfeito: umedeça levemente a esponja espermicida e dobre-a no meio. Com a cavidade virada para cima (no sentido do seu útero) e a alça virada para baixo. Empurre esse método de barreira pelo canal vaginal o máximo que for possível, de forma a deixá-la o mais perto possível do colo uterino. Só tire a esponja 6 horas depois da relação sexual, mas não deixe por mais de 30 horas no corpo.

** Uso típico: tirar a esponja antes do tempo, esquecer de umedecê-la e não inserir o método de barreira perto o suficiente do colo de útero.

Diafragma

Efetividade como anticoncepcional: até 94% (uso perfeito*) e 88% (uso típico**)

O diafragma é um copinho em forma de cúpula, com bordas flexíveis, que é inserido na vagina antes da relação sexual. A membrana deve cobrir o colo do útero para impedir a entrada de espermatozoides, formando, assim, uma barreira, mas sem vedar completamente a parede vaginal. 

Esse método de barreira pode ser feito de borracha natural, látex ou silicone. Recomenda-se seu uso em conjunto do espermicida ou da camisinha peniana, aumentando a efetividade do método. 

É importante manter o diafragma no corpo por no mínimo 6 horas após a relação sexual, mas ele não deve permanecer ali por mais de 24 horas.

PrósContras
– O diafragma é reutilizável e pode ser usado por até 3 anos (fique de olho nas orientações do fabricante);
– Mais autonomia para pessoas do sexo feminino;
– Boa opção para pessoas alérgicas aos preservativos com látex.
– É necessário medir o colo do útero para identificar o tamanho certo do diafragma para cada pessoa (e o tamanho pode mudar com o tempo), por isso esse anticoncepcional é vendido apenas com prescrição médica no Brasil;
– Não protege contra ISTs;
– Pode sair do lugar com movimentos bruscos;
– Como é inserido no colo do útero, é importante que a pessoa tenha familiaridade com o próprio corpo para que o diafragma fique posicionado corretamente e possa criar uma barreira eficaz.

* Uso perfeito: antes de colocar, olhe com atenção para o diafragma e veja se não tem nenhum furo ou rasgo. Depois, coloque no canal vaginal próximo ao colo do útero (esse método de barreira tem que cobrir completamente o colo uterino para o máximo possível de proteção). O diafragma deve permanecer no lugar por pelo menos 6 horas depois da relação sexual.

** Uso típico: colocar o método de barreira sem a certeza de que não tem nenhum rasgo ou furo, introduzir no canal vaginal sem se certificar de que está cobrindo todo o colo de útero e tirar o diafragma logo depois do ato sexual.

Capuz cervical

Efetividade como anticoncepcional: até 84% (para quem nunca teve um parto normal) e até 68% (para quem teve parto normal)

O capuz cervical é um método de barreira em forma de copinho de silicone ou látex, que lembra bastante um chapéu de marinheiro e se encaixa perfeitamente no colo uterino. Seu posicionamento é mantido por sucção ou aderência, por isso, é mais efetivo para quem nunca teve um parto normal. Deve ser usado junto com espermicida para maior efetividade.

É importante manter o capuz cervical no corpo por no mínimo 6 horas após a relação sexual, mas ele não deve permanecer ali por mais de 48 horas.

Dica amiga: remova em até 24 horas para evitar mau odor.

PrósContras
– O capuz cervical é reutilizável e dura até 3 anos (fique de olho nas orientações do fabricante);
– Mais autonomia para pessoas do sexo feminino;
– Boa opção para pessoas alérgicas aos preservativos com látex.
– É necessário medir o colo do útero para identificar o tamanho certo do capuz cervical para cada pessoa (e o tamanho pode mudar com o tempo), por isso esse anticoncepcional é vendido apenas com prescrição médica no Brasil;
– Não protege contra ISTs;
– Pode sair do lugar com movimentos bruscos;
– É contraindicado para pessoas com histórico de câncer de colo de útero e/ou que tenham colo do útero com modificações de formato;
– Se for de um tamanho menor que o recomendado, pode machucar o colo do útero;
– Está disponível em uma menor variedade de tamanhos que o diafragma, tendo maior chance de não ser adaptável;
– Como é inserido no colo do útero, é importante que a pessoa tenha familiaridade com o próprio corpo para que o capuz cervical fique posicionado corretamente e possa criar uma barreira eficaz.

Dispositivo Intrauterino (DIU) não hormonal

Efetividade como anticoncepcional: Mais de 99,9%

O DIU de cobre é o método anticoncepcional reversível mais usado no mundo. Trata-se de um aparelho pequeno e flexível em forma de T que é inserido dentro do útero, liberando íons de cobre na região. A substância tem ação espermicida, que inativa os espermatozoides, impede a fecundação do óvulo e evita a implantação do óvulo fecundado na parede uterina. 

Esse método de barreira é considerado um contraceptivo de longa duração, e sua validade é de 10 anos. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o DIU de cobre não causa infertilidade e nem aumenta as chances de complicações no parto ou na gravidez, sendo recomendado tanto para pessoas que já tiveram filhos, quanto para quem nunca engravidou.

Hoje em dia, também é possível encontrar o DIU de prata, semelhante ao DIU de cobre: tem a mesma efetividade e as mesmas vantagens e desvantagens, mas costuma ter efeitos colaterais mais suaves.

PrósContras
– Altamente efetivo na prevenção de gravidez indesejada;
– Praticidade: uma vez colocado, o DIU de cobre pode permanecer no corpo por até 10 anos e a única manutenção necessária é um ultrassom anual para garantir que ele esteja posicionado corretamente;
– Trata-se de um dos métodos de barreira sem hormônios, sem efeitos colaterais relativos a mudanças no metabolismo, acne ou risco de trombose;
– Se decidir engravidar, basta retirá-lo e partir para as tentativas;
– Está disponível no SUS e faz parte da cobertura da maioria dos planos de saúde.
– Pode intensificar o fluxo menstrual e causar mais cólicas nos primeiros três meses após a inserção;
– Exige um período de adaptação para que o dispositivo se acomode corretamente;
– Ainda que raramente, pode haver rejeição por parte do organismo, que expulsa o DIU de cobre do útero;
– Também raramente, pode causar doença inflamatória pélvica ou perfuração da parede uterina.

Os métodos de barreira não são pra mim, e agora?

E aí, se interessou por algum dos métodos de barreira? Se sente mais confiante para escolher o melhor anticoncepcional para você? 

Se o match ainda não rolou, calma: existem outras opções de contraceptivos por aí. Olha só:

Mas lembre-se: o uso da camisinha é fundamental pra se proteger contra as infecções sexualmente transmissíveis.

Como escolher anticoncepcional com ajuda de ginecologista?

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