Dizem que nós somos aquilo que comemos, o que é verdade, mas essa conexão não está ligada apenas aos alimentos e ao ato de comer, mas sim a todo o processo que faz parte da nossa digestão, que gera efeitos diretos sobre nossa saúde e bem-estar de maneira geral.
O que você come afeta a flora intestinal, que afeta o seu intestino como um todo, que afeta TUDO – da libido à saúde mental, passando por pele, peso e muito mais. Tá tudo conectado! Estamos fascinadas por esse tema e queremos te apresentar também a esse universo vasto que existe dentro do seu corpo.
A seguir você confere várias informações interessantes sobre o microbioma intestinal, uma verdadeira sinfonia de microorganismos que se integram ao nosso corpo e são responsáveis pela transformação daquilo que a gente come naquilo que a gente é.
Vem com a gente!
Não estamos sozinhas em nossos corpos
Dentro de cada pessoa estão trilhões de microorganismos diversos, como bactérias, vírus, fungos e outros micróbios que são conhecidos coletivamente como microbioma. Parte dessas 40 trilhões de células bacterianas (mais do que o total de células humanas, que gira em torno de 30 trilhões!) formam o microbioma intestinal e desempenham um papel fundamental na nossa saúde.
No total, esses micróbios podem pesar até 1-2 kg, que é aproximadamente o peso do cérebro (!). Juntos, eles funcionam como um órgão extra no corpo, responsáveis por auxiliar na regulação do metabolismo, evitar infecções, produzir vitaminas essenciais e digerir fibras alimentares. Eles também podem ser biomarcadores de saúde e de doenças.
O nome “microbioma intestinal” está ligado à ideia de bioma, uma palavra que significa nada menos que conjunto de vida. O termo é usado principalmente para se referir a coletivos de vida vegetal e animal que habitam uma mesma região e crescem com características semelhantes e complementares, como o cerrado e a Amazônia.
O microbioma intestinal é a mesma coisa, só que em uma escala microscópica e dentro de você. Assim como diferentes árvores e animais convivem juntos em harmonia numa floresta, seus microorganismos fazem o mesmo aí na sua barriga.
Todo mundo ganha
A relação entre nós e esses microorganismos é chamada de cooperação mutuamente benéfica, ou seja, todos se beneficiam dessa troca. Enquanto nós fornecemos a eles os nutrientes de que precisam para crescerem, eles nos ajudam a digerir alimentos complexos, sintetizar vitaminas e também trabalham na defesa contra micróbios que podem causar doenças.
Além disso, acredita-se que várias doenças sejam influenciadas pelo microbioma intestinal, incluindo câncer, doenças auto-imunes (como esclerose múltipla), transtorno do espectro autista e alguns distúrbios mentais.
Assim como acontece na natureza de maneira geral, a diversidade é um indicador positivo quando falamos em microbioma intestinal: quanto mais variado e rico em “micróbios do bem”, melhor para a nossa saúde.
5 dicas para manter o seu intestino saudável
5 dicas para manter o seu intestino saudável
Para cultivar um microbioma intestinal bastante diverso, com tudo aquilo que nosso corpo precisa para executar suas funções com o máximo de eficiência, o principal segredo está nos hábitos alimentares. Não se esqueça do ditado: você é o que você come!
A seguir, algumas dicas com selo Oya de garantia para você transformar seu intestino – e consequentemente, você mesma – em sua melhor versão possível!
Mantenha uma dieta variada

A diversidade que queremos ver no nosso microbioma intestinal deve começar pelo prato de comida. Aquilo que nós comemos também serve para fornecer energia para os microorganismos que habitam o corpo, energia que será transformada em novas moléculas, que podem servir como mensagem para outros sistemas do nosso organismo.
Portanto, quanto mais diversa for a dieta, mais diverso será o microbioma e mais adaptável ele será às possíveis perturbações que podem surgir. Ao comer, pense que você está fornecendo recursos para que os micróbios façam um bom trabalho – e você vai querer que eles tenham as melhores ferramentas possíveis, né?
Vale notar que o microbioma intestinal pode responder rapidamente a modificações na dieta. Ou seja, sua transformação (para melhor!) pode começar agora mesmo!
Consuma alimentos fermentados

Alimentos fermentados como iogurte, chucrute, kimchi, kombucha e kefir contêm bactérias saudáveis e podem reduzir a quantidade de espécies causadoras de doenças intestinais. É quase como um pague 1 leve 2 da alimentação: com um mesmo grupo de alimentos, você enriquece sua flora intestinal e combate os microorganismos que podem fazer mal para o seu corpo.
Essa solução também é prática e muito gostosa: basta optar pelo iogurte na hora daquele lanchinho no meio da manhã ou trocar o refrigerante pela kombucha quando der vontade de uma Coquinha gelada.
Evite os adoçantes artificiais

Algumas evidências mostram que o consumo de adoçantes artificiais, como o aspartame (presente nos rótulos de boa parte dos produtos dietéticos que você encontra no supermercado), pode levar ao desenvolvimento de obesidade, doenças metabólicas e ainda aumentar a glicemia, ou seja, o índice de açúcar no sangue.
Esses efeitos negativos podem prejudicar também a microbiota intestinal, estimulando o crescimento de bactérias como as do tipo enterobacteriaceae, que possuem cepas patogênicas e podem causar infecções oportunistas principalmente em pessoas com baixa imunidade.
Aqui, moderação é a palavra de ordem. Tudo bem optar pelo adoçante de vez em quando, mas, pelo bem do seu intestino, convidamos você a pensar em outras alternativas mais saudáveis para curtir um docinho sem deixar a porta aberta para eventuais problemas.
Foco nos vegetais!

Já que estamos falando de alimentação natural e saudável, escuta essa: dietas vegetarianas podem ajudar a reduzir os níveis de bactérias causadoras de doenças, como a E. coli (que pode provocar gastroenterite e outras infecções intestinais), e também a diminuir o risco de inflamações.
Neste regime entram não só os vegetais, mas também as frutas, legumes e oleaginosas, grupo composto por castanhas, nozes, amêndoas e afins.
Um estudo feito com seis indivíduos obesos com diabetes tipo 2 e/ou hipertensão que adotaram uma dieta vegetariana estrita por 1 mês mostrou que, além de perder peso, os pacientes apresentaram redução nas concentrações de triglicerídeos, colesterol total, colesterol de lipoproteína de baixa densidade (o famoso colesterol “ruim”) e ainda melhorou os níveis de glicose em jejum e pós-prandial.
Todas essas mudanças foram associadas à melhora da microbiota intestinal e redução da inflamação intestinal. Incrível, né? Mesmo se você não quiser aderir completamente ao vegetarianismo, incorporar esses hábitos no dia a dia ou ainda dedicar um dia na semana aos vegetais (alô, segunda sem carne) já são excelentes formas de fortalecer a microbiota intestinal.
Antibióticos: nada além do necessário

Quando fazemos uso de medicamentos antibióticos para tratar alguma infecção, é importante ter em mente que as drogas irão combater tanto as bactérias más, quanto as boas, que contribuem de maneira positiva com o nosso microbioma intestinal.
Dependendo da concentração das substâncias, os antibióticos podem provocar a disbiose intestinal, que ocorre quando a função benéfica normal da microbiota é perdida, podendo provocar vários distúrbios e problemas de saúde. O uso excessivo de antibióticos também pode levar ao ganho de peso e ao desenvolvimento de resistência aos medicamentos.
Portanto, só tome antibióticos quando for clinicamente necessário, e sempre sob supervisão médica!
Viu só como tudo no nosso corpo está conectado? A fertilidade é outro aspecto do nosso organismo que não fica de fora quando falamos de saúde integrativa. Vamo comigo até o próximo post, onde te conto como a adoção de alguns hábitos saudáveis pode impactar e muito a sua vida fértil!