Se você acompanha o mundo das famosas, provavelmente já ouviu falar sobre o novo hábito nada saudável que vem ganhando espaço: tomar Ozempic para emagrecer. O medicamento, em geral usado para o tratamento da diabetes, se tornou o queridinho de influenciadoras como as Kardashian porque gera uma grande perda de peso em um curto período de tempo.
A gente já sabe que as dietas restritivas e mirabolantes não são nada eficazes quando o assunto é perda de peso saudável. E a mesma coisa vale para o Ozempic. Ainda assim, uma reportagem da CNN mostrou que o remédio está em vias de desaparecer das farmácias americanas devido à alta demanda, que não está necessariamente ligada a uma questão de saúde, mas sim de estética.
A febre, contudo, não é exclusiva dos Estados Unidos. No Brasil, esse medicamento já é usado para a perda de peso de forma indiscriminada há muito tempo. Mas quais são os efeitos colaterais de usar o Ozempic para emagrecer? Como ele age no nosso corpo? E, mais importante: por que ainda estamos insistindo em soluções milagrosas como essas? Vem com a Oya que a gente explica!
O que é o Ozempic e como ele funciona?
O Ozempic é um medicamento usado há muitos anos para o tratamento de diabetes tipo 2. O seu princípio ativo é a Semaglutida, que, além de controlar a glicemia (ou seja, o nível de açúcar no sangue), também ajuda na perda de peso, uma preocupação comum no tratamento dessa doença.
No nosso corpo, o Ozempic age da mesma forma que um dos nossos hormônios, o GLP-1. Esse hormônio (também chamado de “peptídeo semelhante ao glucagon”) é liberado pelo nosso intestino após o consumo de alimentos, estimulando a liberação de insulina pelo pâncreas. Desse jeito, ajuda a diminuir a glicemia.
O GLP-1 também é responsável por aumentar o tempo que o alimento fica no estômago após uma refeição e agir nas áreas do cérebro responsáveis pela regulação do apetite. Desse modo, mantém a pessoa saciada por um período mais longo. E é justamente por isso que o Ozempic ajuda a perder peso.
Para quem o Ozempic é indicado (ou não!)?
Como explicamos, o Ozempic é um medicamento utilizado por pessoas com diabetes tipo 2, ajudando a controlar o peso. Por isso, é esse o seu público mais adequado.
Para usar a medicação, é necessário que a pessoa tenha um Índice de Massa Corporal (IMC) maior ou igual a 30kg/m2. Ou seja: ela precisa ser diagnosticada com obesidade grau I, ou ter doenças associadas à obesidade, como é o caso da diabetes.
Quando o uso da medicação está associado apenas à perda de peso, é necessário que a pessoa já tenha tentado alternativas ao remédio, como a mudança de estilo de vida. Mesmo assim, estudos mostram que o Ozempic prescrito para perder peso sempre deve ser usado em conjunto com exercícios físicos regulares e hábitos alimentares saudáveis. Uma dica é investir nas frutas da estação, por exemplo.
As contraindicações para o uso do Ozempic também são várias. Por exemplo:
- Histórico pessoal de pancreatite;
- Histórico pessoal ou familiar de câncer de tireoide ou outros cânceres endócrinos;
- Uso de insulina ou outros remédios para diabetes;
- Presença de problemas de visão causados pela diabetes (também chamados de “retinopatia diabética”);
- Gravidez.
Assim, é fundamental que o Ozempic seja receitado por um médico, mesmo nos casos em que o foco é emagrecer. Afinal, apenas um profissional de saúde pode avaliar os efeitos (positivos ou negativos) do medicamento no seu estilo de vida.
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Agendar consulta onlineQuais os efeitos colaterais de usar Ozempic para emagrecer?
O Ozempic tem uma série de efeitos colaterais. Os mais comuns incluem náuseas, vômitos, diarreia ou prisão de ventre e perda de cabelo, e tendem a melhorar com o tempo. No entanto, também é possível desenvolver alguns efeitos colaterais mais graves, como:
- Pancreatite;
- Pedras na vesícula e/ou na bexiga;
- Problemas renais.
Além disso, o uso do Ozempic também pode gerar o “Ozempic face”, ou “rosto Ozempic”, marcado pelo envelhecimento facial. Isso acontece porque há uma perda de gordura local, que gera flacidez. Para quem recorre ao Ozempic para emagrecer, essa consequência pode gerar outros problemas de autoestima.
O Ozempic pode afetar a fertilidade?
A verdade é que a gente não sabe. Não existem pesquisas que avaliem o impacto do Ozempic na fertilidade, sobretudo a feminina. Em parte porque, como a gente sabe, a medicina ainda não sabe tudo sobre saúde feminina. Mas também porque o uso desse medicamento não está necessariamente associado ao emagrecimento, e sim ao controle da diabetes.
Algumas pesquisas mostram, porém, que medicamentos para emagrecimento afetaram a fertilidade de ratos. Além disso, alguns são reconhecidos por impactar negativamente na eficácia de contraceptivos hormonais orais, como a pílula.
Isso só reforça aquilo que estamos repetindo desde o começo: o uso do Ozempic para emagrecer deve ser indicado por um profissional de saúde que conheça o seu histórico médico e leve em consideração os seus objetivos a longo prazo.
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Conheça a Descoberta da FertilidadeO Ozempic realmente ajuda a emagrecer?
De modo geral, sim. Como explicamos, o princípio ativo do Ozempic é eficaz em aumentar a sensação de saciedade e enviar esses sinais para o cérebro, o que faz com que o consumo de alimentos seja menor. Assim, a perda de peso acontece.
No entanto, um estudo mostrou que parte dos pacientes acabam ganhando o peso de volta após o uso do Ozempic para emagrecer. Ou seja: apesar de eficaz, ele não é definitivo. Daí a importância de ser associado a práticas saudáveis.
Além disso, vale lembrar que o Ozempic não deve, jamais, ser receitado logo de cara. É preciso que haja uma investigação e um longo acompanhamento do paciente antes de usar o medicamento, e ele não deve, sob nenhuma hipótese, ser adquirido sem uma recomendação médica.
Apesar dos seus resultados positivos em pacientes com obesidade, o caminho para a perda de peso saudável continua sendo a alimentação balanceada e a prática recorrente de exercícios físicos — exceto em casos realmente atípicos.
Por que ainda estamos insistindo em remédios como o Ozempic?
Para além de debater os efeitos do uso do Ozempic para emagrecer e os seus potenciais impactos na saúde feminina, é importante que a gente se pergunte por que remédios como esse continuam se tornando tão populares. Afinal, por que a gente ainda se importa em emagrecer, mesmo que isso afete a nossa saúde?
Parte dessa resposta não é nenhuma novidade: a medicina não aprendeu a pensar as mulheres, mas está ainda mais atrasada quando o assunto são pessoas gordas. Um estudo mostrou que ainda existe uma valorização exagerada do corpo magro, o que faz com que grande parte das ações de saúde em pessoas gordas sejam voltadas para a perda de peso.
Ou seja: a estigmatização dos corpos gordos faz com que a busca por soluções milagrosas se torne não apenas comum, mas validada por alguns médicos. Essa postura coloca a saúde em segundo plano, focando, antes, na adequação desses corpos a um padrão pouco acessível e, pior, que está sempre mudando.
Esse modo de pensar tem nome: gordofobia. E ela afeta não só a nossa saúde física e mental, mas também a nossa saúde reprodutiva.
Gordofobia e fertilidade: qual a relação?
Não raro, quando falamos de saúde feminina, lidamos com mulheres que não conseguiram investigar os seus problemas ginecológicos por causa da obrigação do emagrecimento.
É verdade que a obesidade piora os sintomas de alguns problemas ginecológicos, como a Síndrome do Ovário Policístico e a endometriose. No entanto, isso não significa que a perda de peso deve ser vista como uma solução mágica para todos os problemas, né?
Além disso, pessoas obesas precisam de um acompanhamento ginecológico tão aprofundado quanto pessoas magras. Deve-se levar em consideração as suas escolhas e os seus estilos de vida, oferecendo opções condizentes com essas realidades, na medida do possível.
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