Inseminação caseira: posso engravidar sozinha? Existe risco?

Se você é uma pessoa que tem desejo de engravidar, mas não consegue fazer isso sozinha, é bem provável que já tenha ouvido falar sobre a inseminação caseira. A prática, cada vez mais comum no Brasil, vem ganhando espaço por não envolver hospitais e profissionais de saúde, o que barateia (e muito!) o custo de uma inseminação.

Ainda assim, a inseminação caseira pode não ser tão segura quanto parece. Por isso, a Oya Care elaborou um conteúdo completo sobre o assunto, com o objetivo de te ajudar a entender por que esse é um procedimento que requer muita atenção e cuidado. Vamos juntas?

O que é a inseminação artificial caseira?

A inseminação caseira consiste, em geral, na inserção do sêmen (o material que contém os espermatozoides) de uma pessoa doadora em outra, que deseja engravidar. Todo o procedimento é feito sem que haja relação sexual, fora do ambiente hospitalar e sem o auxílio de médicos. Por isso, tem um custo muito mais baixo do que outros tratamentos de reprodução assistida. 

A inseminação caseira vem se tornando cada vez mais popular. Seu principal “público” são casais homoafetivos que desejam engravidar, mulheres que optam pela maternidade solo e casais heterossexuais com dificuldade para engravidar. Antes de optar por esse procedimento, contudo, é preciso ter em mente que não existem dados concretos sobre a sua eficácia, mas existem diversos riscos atrelados a prática, que não é regulamentada juridicamente.

Essa facilidade de acesso a uma prática sem regulamentação acende um alerta importante: será que vale a pena colocar em risco a sua saúde física — e a saúde do futuro bebê —, bem como a segurança jurídica da sua família?

Como é feita a inseminação caseira?

Todo o processo tem início com a busca por uma pessoa doadora de esperma, em geral em grupos online. Uma vez escolhida a pessoa doadora, ela vai até a casa das pessoas interessadas, ou as encontra em um local previamente acordado (um hotel, por exemplo). 

Lá, o processo é semelhante ao que acontece no laboratório, mas não conta com a mesma segurança: por meio da masturbação, a pessoa doadora ejacula em um recipiente. Em seguida, a pessoa do sexo feminino que será inseminada recolhe o material com auxílio de uma seringa ou um cateter. Por fim, ela o insere em sua própria vagina.

O “procedimento” pode ser repetido quantas vezes for necessário, mas os riscos estão sempre presentes. Afinal, ele acontece fora de um ambiente esterilizado, o que favorece a contaminação, e sem qualquer tipo de análise do material utilizado, o que aumenta os riscos de infecções sexualmente transmissíveis e outras doenças. 

Há também quem opte por escolher uma pessoa doadora no seu círculo de amizades ou até mesmo entre familiares. Mesmo não se tratando de um sêmen de origem desconhecida, os riscos permanecem, já que não há qualquer tipo de controle nas diferentes etapas do processo.

A inseminação caseira funciona?

A verdade é que não existem dados concretos sobre a inseminação caseira para que possamos responder se ela funciona ou não. Na prática, esse procedimento tem em média as mesmas chances de sucesso de uma relação sexual desprotegida: cerca de 20% a cada ciclo menstrual.

Se você fizer uma pesquisa, é bem provável que encontre depoimentos de mulheres que obtiveram sucesso durante esse processo. No entanto, como não há nenhum tipo de regulamentação, a gente não consegue afirmar que ele vai funcionar com todo mundo.

Afinal, como as condições em que a inseminação caseira acontece não são ideais, pode ser que as chances de engravidar diminuam. Além disso, as pessoas envolvidas não passam por nenhum tipo de triagem médica para que seja avaliada a sua compatibilidade genética e/ou os riscos da gravidez, o que pode aumentar as chances de abortos espontâneos e complicações.

Quais os riscos da inseminação artificial caseira?

Apesar de parecer simples e relativamente segura, os riscos da inseminação artificial caseira são vários, e podem ser bastante sérios. Olha só: 

  • Não há uma triagem médica para identificar possíveis problemas genéticos, infecções sexualmente transmissíveis ou qualquer outro risco à saúde em nenhuma das partes. Isso coloca em risco tanto a saúde dos envolvidos, quanto a saúde do futuro embrião;
  • Caso haja qualquer intercorrência durante o processo, como um sangramento inesperado, também não existe uma equipe pronta para auxiliar as pessoas envolvidas;
  • Por se tratar de uma prática feita em ambientes caseiros ou em hotéis, a vigilância sanitária e a Anvisa não têm poder de fiscalização. Isso significa que não há garantia de que esses espaços foram higienizados da maneira adequada para que o procedimento aconteça sem riscos à saúde;
  • O uso de materiais biológicos sem preparo adequado (como seringas, cateteres ou variações) também coloca em risco a saúde das pessoas envolvidas no processo de “inseminação”, bem como a saúde do bebê;
  • A pessoa doadora de esperma pode reivindicar a participação no registro, criação e guarda da criança gerada pela inseminação caseira. Isso porque, ao contrário do que acontece nos bancos de sêmen, a doação não é anônima e a pessoa doadora não assina nenhum termo legal abdicando completamente do material doado.

Além disso, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça, para registro de crianças por um casal homoafetivo, é necessário apresentar um laudo da clínica de reprodução humana. Para os casais que apostam na inseminação caseira, portanto, esse laudo não existe, o que impede que o bebê tenha o nome das duas pessoas na certidão.

Existe alternativa para a inseminação artificial caseira?

Sim! Se você já pensou em passar pela inseminação artificial caseira, é fundamental saber que existem outras opções, mais seguras e com maior taxa de sucesso. Uma delas é a inseminação artificial feita em uma clínica de fertilização, com apoio de uma equipe médica pronta para te dar todo o suporte necessário.

O preço de uma inseminação artificial feita profissionalmente é, de fato, mais alto do que o de uma inseminação caseira. No entanto, nesse valor está incluso, além de todo o procedimento:

  • A segurança de passar por esse processo com uma equipe acolhedora, que entende as suas demandas e pode tirar todas as suas dúvidas;
  • A garantia de que todos os padrões sanitários e médicos estão sendo seguidos à risca, promovendo a sua segurança e a segurança do futuro bebê;
  • A maior chance de sucesso, já que são feitos exames de fertilidade e compatibilidade entre a pessoa que vai engravidar e o doador;
  • O anonimato da pessoa doadora de sêmen, pertencente a um banco e que também passou por uma triagem médica.
  • A segurança jurídica, ou seja, ninguém poderá reivindicar direitos sobre a criança gerada pelo tratamento.

A sua segurança e o seu conforto também precisam ser levados em consideração nesse processo. E a Oya Care te ajuda a fazer tudo isso com condições especiais de pagamento, que cabem no seu planejamento financeiro. Quer saber mais? Agende uma consulta!

ESCRITO POR

Dra. Natalia Ramos Seixas

REVISADO POR

Dra. Natalia Ramos Seixas

A Dra. Natalia Ramos Seixas é a líder médica da Oya Care, especialista em fertilidade e reprodução humana.

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