Você já pensou sobre a relação entre o seu planejamento financeiro e a sua autonomia? E já considerou como a sua fertilidade também desempenha um papel importante nesse relacionamento?
Afinal, a gente aprende a sonhar e a se preparar para realizar muitas coisas: com um apartamento, um carro, uma viagem, uma pós-graduação. Mas a gente não aprende incluir nossas finanças na equação na hora de sonhar com a maternidade. Por quê? Será que esse assunto não deveria fazer parte da nossa organização financeira?
Na Oya, a gente acredita que sim. Por isso, batemos um papo com a Ana Flávia Vianna, consultora financeira e especialista em planejamento financeiro. Nele, ela explica como organizar as finanças pensando na nossa fertilidade e nos nossos planos para o futuro. Ou seja: como ter mais autonomia para tomar decisões. Vamos juntas?
“O dinheiro é de humanas. Ele vai envolver sonhos, emoções, limites. Não é só dados, planilha, número.”
Como começar a ter um planejamento financeiro? Existe alguma regra universal?
Ana Flávia: Acho que a primeira coisa importante é que não existe um planejamento financeiro perfeito. Cada pessoa vai ter um método. O que é fundamental é que o planejamento financeiro te ajude a tomar decisões no dia a dia. Então, mais do que anotar todos os gastos, por exemplo, é anotar de um jeito que você pense, antes de gastar, se aquilo faz sentido e está dentro do seu orçamento.
Além disso, penso o planejamento financeiro em três etapas: passado, presente e futuro.
O passado vai ser aquele momento em que você entende como tem vivido. O que você aprendeu sobre dinheiro? Como você se sente quando precisa lidar com a sua vida financeira? Eu acho importante revisitar essa relação — que surge na nossa infância, vem da nossa família —, porque ela vai influenciar tudo o que a gente faz.
Já o presente vai ser o nosso cotidiano. Como a gente se organiza, quanto pode gastar, quanto deveria guardar, essas coisas. É parar e se perguntar: quanto custa a minha rotina? Se somar o que eu faço todos os dias, quanto eu gasto? E depois analisar se isso é compatível com o dinheiro que entra.
Essa parte é fundamental porque a gente precisa olhar pra nossa vida antes de começar a priorizar. Será que tem gastos que podem ser menores? Quais são os seus gatilhos? É aquilo: ninguém tem dinheiro pra tudo, infelizmente. Então a gente precisa focar no que é mais importante hoje.
Só depois disso é que a gente pode pensar no futuro. Porque esse é o momento de imaginar onde a gente quer chegar, quais são nossos sonhos e objetivos. E, com isso pronto, a gente consegue pensar o que cabe no orçamento de agora — quanto você consegue juntar, como você se organiza de um jeito funcional.
Como pensar gastos “femininos” no planejamento financeiro?
Ana Flávia: A primeira coisa que eu acho importante pensar é como esses gastos entram no cotidiano da pessoa. Então, por exemplo, quantos absorventes você compra por mês? Qual é o valor do seu anticoncepcional? Isso só a pessoa pode responder, e vai variar de caso a caso. Mas esse valor precisa ser estimado como um gasto recorrente dentro do orçamento.
A mesma coisa vale pra gastos maiores. Então: você faz um check-up ginecológico uma vez no ano, quanto isso custaria por mês? Junta esse dinheiro mensalmente, porque, na hora de fazer os exames, ele vai estar lá. O seu anticoncepcional é de longa duração: quanto é o custo dele, dividido pelo tempo que demora até você trocar?
Ter esses gastos separados é importante porque você lembra que aquele é um dinheiro que você não pode gastar [com outras coisas]. E não vai ser uma quantidade muito alta, então é muito menos dolorido de ir lá e cuidar da sua saúde.
E também vale a pena ter em mente o que é mais confortável pra você. Então, por exemplo, às vezes você tá insistindo na pílula porque é um método mais barato, mas pode ter um método mais caro que vai te dar uma qualidade de vida melhor. Será que vale a pena considerar essa mudança? Será que vale a pena investigar como ela faria sentido no seu orçamento? Porque você também compra mais saúde.
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Começar Jornada da ContracepçãoComo você entende a relação entre planejamento financeiro e autonomia feminina?
Ana Flávia: Eu acho que a gente pode pensar em dois cenários na hora de responder a essa pergunta. O primeiro é o mais negativo: e se acontecer alguma coisa com você? Por exemplo, um caso muito comum: a mulher é vítima de violência doméstica. Se ela não tem nenhum planejamento financeiro dela, como ela sai dessa situação? Se ela é de outro estado, como ela volta pra casa? Como ela fica uns dias em um hotel?
Outro caso: imagina que você está em um emprego ruim, tem um chefe tóxico e isso começa a te fazer mal. Sem planejamento financeiro, sem reserva de emergência, como você sai desse cenário? É um pouco isso: o dinheiro te dá a possibilidade de se salvar de alguma situação ruim.
Mas também tem o lado positivo, que é o seguinte: você tem o sonho de conquistar alguma coisa — viajar, comprar seu apartamento, ter filhos. Com um planejamento financeiro, esses sonhos se tornam mais palpáveis. Eu vejo mulheres que achavam que nunca iam chegar onde elas queriam, mas se organizam e aprendem que é uma coisa possível, às vezes em pouco tempo.
Isso faz uma diferença muito grande na autoestima, na confiança dessa mulher. Elas começam a se sentir mais elas mesmas, e se dão permissão pra sonhar com mais coisas. Por isso, eu acho que essa relação entre autonomia e planejamento financeiro é muito forte.
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Comece agoraNão sei se quero ser mãe. Devo me organizar financeiramente mesmo assim?
Ana Flávia: De verdade, meu primeiro conselho, antes de se organizar financeiramente pra um possível filho, é investir em uma terapia. Entender se esse desejo de ser mãe existe ou não. Afinal, a gente tem um relógio, né? É diferente do homem. Se a mulher já está perto dessa idade máxima pra engravidar, vale a pena realmente investigar se é algo que ela quer.
Se for mesmo, acho importante já ir juntando algum dinheiro. Porque, se depois você decidir que na verdade não era algo que você queria, o dinheiro tá lá, você usa ele pra outra coisa. Eu sou um pouco a favor de fazer um Fundo Filho [risos], algo assim.
Se o seu plano for fazer uma coisa mais a longo prazo, como um congelamento de óvulos, acho importante entender como você se organiza pra isso. Quanto custa o congelamento de óvulos, quanto você consegue guardar, qual é o tempo que você tem?
Agora, se você realmente não sabe, acho que a terapia é o melhor caminho. Porque é muito difícil guardar dinheiro pra uma coisa que você não sabe se é um sonho.
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Comece agoraDecidi que quero ser mãe. Como começar o meu planejamento financeiro?
Ana Flávia: Eu gosto de contar um caso que aconteceu no meu curso de cartão de crédito. Quando você tá muito endividado, é um movimento difícil sair dessa situação, você tem que querer muito. E aí tinha essa aluna que estava nesse cenário de muitas parcelas no cartão e, quando foi explicar qual era a motivação dela pra resolver esse problema, ela disse que era porque tinha um bebê a caminho. E eu pensei: nossa, essa é a melhor coisa que você pode fazer pelo seu filho.
Acho que essa é a primeira coisa: ver como a gente pode deixar a casa o mais organizada possível pra esse serzinho que vai chegar. Quando a gente melhora a nossa relação com dinheiro, a gente também cria filhos com percepções mais saudáveis sobre esse assunto.
A segunda coisa é a reserva de emergência, que precisa levar em consideração duas pessoas, e não só uma. Pode ser o caso, então, de o casal ter que aumentar a reserva de emergência ou criar uma só pro bebê. Entender essa divisão financeira e a dinâmica financeira da casa também é importante.
E aí, de resto, eu acho que depende muito do cenário. Se você tá planejando esse bebê pra daqui alguns anos, vale a pena entender que tipo de vida você quer oferecer pra ele e como você pode chegar nesse estágio financeiro. É claro que isso deve ser feito com os pés no chão, pensando em conforto, se você vai ter ajuda, que tipo de ajuda etc. E mesmo antes do bebê: você vai engravidar usando um método de reprodução assistida? Como vai ser seu parto? Você quer fazer algum curso?
Mas, se esse bebê é um pouco surpresa, ou se ele é pra daqui pouco tempo, acho que o foco tem que ser a reserva de emergência e as necessidades básicas da pessoa que vai ter o bebê — hospital, equipe médica — e do bebê nos primeiros meses de vida.
Com quanta antecedência eu preciso começar a planejar essa gravidez?
Ana Flávia: Acho que essa é uma pergunta difícil porque a gente precisa entender, primeiro, o nível de privilégio dessa pessoa. Tem gente que vai conseguir planejar a gravidez com muito tempo de antecedência e se organizar financeiramente até a faculdade desse filho, mas será que essa é a realidade de todo mundo?
Eu acho que esse planejamento tem que levar em consideração quanto tempo você precisa pra criar uma reserva de emergência que funcione. Se der, eu acho bacana tentar planejar também os gastos do primeiro ano. Se a situação for um pouco melhor, eu iria até a criança começar em uma escola.
Mas a gente também precisa ter em mente que, conforme o tempo passa, a tendência é que os nossos ganhos aumentem. Então o importante é considerar o que você quer e pode oferecer hoje e tentar se preparar pra esse cenário da melhor maneira possível.
Você tem alguma recomendação de leitura pra quem quer pensar mais sobre fertilidade e planejamento financeiro?
Ana Flávia: Eu recomendo dois livros. O primeiro se chama A mente acima do dinheiro, do Brad e Ted Klontz. Ele não é um livro sobre fertilidade, é um livro de psicologia financeira, mas acho que é importante pra gente entender essa nossa relação com o dinheiro.
O segundo livro é Ganhar, gastar, investir, da Denise Damiani e da Cynthia de Almeida. Nesse, sim, a Denise pensa essa questão do dinheiro com um olhar que passa por questões femininas, e acho que ele tem coisas interessantes pra gente refletir sobre.
O que a Oya pensa sobre planejamento financeiro e fertilidade?
Que a Oya Care coloca a saúde das oyanas em primeiro lugar, você já sabe. Mas isso também significa levar em consideração a saúde financeira, tá? Afinal, a gente pensa no cuidado de forma integral.
Por isso, nossos serviços:
- Podem ser até 100% reembolsados pelo seu plano de saúde;
- Podem ser feitos de forma totalmente online (na maioria dos casos!), o que evita gastos desnecessários com deslocamento;
- Têm condições especiais de parcelamento e de pagamento.
Se você quer saber mais sobre valores e formas de pagamento, pode entrar em contato com a nossa equipe de cuidados pelo WhatsApp. A sua saúde é sua! E a gente te ajuda a colocá-la em primeiro lugar de forma transparente e descomplicada. Vamos juntas?
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Ana Flávia Vianna é consultora financeira e certificada pela ANBIMA. Você pode conhecer mais sobre o trabalho e os cursos dela no instagram @anaeosdinheiros!