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Descubra 6 mitos e 2 verdades sobre usar vibrador

Não raro, os vibradores voltam a ser o assunto principal nas revistas e portais focados no prazer feminino. Desde a sua invenção até os dias de hoje, esses aparelhos já percorreram um longo caminho: já foram de instrumentos pensados para homens a ferramentas de autoconhecimento feminino. Ainda assim, sempre surgem algumas dúvidas sobre usar o vibrador: o que pode e o que não pode?

A Oya acredita que a informação é a nossa maior aliada na hora de tomar decisões importantes. E se a saúde sexual já é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um dos pilares da saúde integral, então decidir usar (ou não!) um vibrador também deve ser uma escolha pensada.

Por isso, conversamos com a Dra. Juliana Sperandio, ginecologista da Oya especializada em sexualidade. A gente desvenda os principais mitos sobre o uso do vibrador e ainda te mostra como esse aparelhinho pode te ajudar a entender um pouco mais sobre o seu corpo. Vamos juntas?

1. Usar o vibrador com frequência dessensibiliza o clitóris

Mito! De acordo com a Dra. Juliana Sperandio, o que acontece é que, em geral, os vibradores tem um estímulo vibratório que, se usado com frequência em uma mesma terminação nervosa, pode causar um período de latência maior (ou seja, de ausência de sensação — como se a gente ficasse dormente).

No entanto, essa latência é apenas naquela região e naquele período. Assim, os efeitos não são permanentes e nem vão te impedir de chegar a um orgasmo! Basta estimular outras áreas do corpo e da vulva — afinal, o nosso clitóris tem mais de 8 mil terminações nervosas e muuuuito espaço pra explorar.

Então por que eu sinto cada vez menos prazer?

Apesar da dessensibilização do clitóris ser um mito, a gente sabe que algumas mulheres relatam esse “sintoma” em consultas ginecológicas ou conversas com as amigas. Se não é culpa de usar o vibrador, por que isso acontece?

“O que acontece é que, quando a mulher tem um vibrador e faz um estímulo em uma determinada região e chega a um orgasmo de forma muito rápida, ela acaba entendendo que aquela é a única via de prazer possível”, explica a Dra. Juliana. “A gente esquece que existem outras maneiras de atingir o orgasmo, não só com outros estímulos, mas também em outras regiões.”

A Dra. Juliana também aponta para o fato de que a dificuldade para sentir prazer com outros estímulos ou relações pode estar relacionada a uma espécie de “condicionamento” do corpo aos mesmos rituais, todas as vezes. Ou seja: a gente aprende o que nos faz chegar lá, e acaba ignorando que podem existir muitos outros caminhos para o mesmo destino. 

Nesses casos, vale investigar como recuperar o tesão perdido e quais outras ferramentas a gente pode usar pra explorar o nosso prazer — sem precisar deixar o vibrador de lado!

2. Para sentir prazer, é necessário estimular o corpo todo 

Mito! Quer dizer, é claro que o estímulo de várias partes do corpo — ou dele todo! — contribui para o prazer e é uma forma saudável de explorar o que funciona pra cada pessoa. No entanto, essa não é uma obrigatoriedade todas as vezes.

Usar o vibrador naqueles momentos em que a gente só precisa relaxar e liberar um pouquinho de endorfina pra dormir melhor não é errado e não faz mal para a nossa saúde sexual. Além disso, é uma maneira eficaz de ter a sensação de bem-estar que estamos buscando.

“Não existe uma única maneira, né? Se existisse, a gente ia dar um mapa e todo mundo ia usar”, lembra a Dra. Juliana. “Cada mulher é única, então todas nós precisamos descobrir o nosso mapa do prazer pra ter uma relação satisfatória, sozinhas ou acompanhadas.”

3. Existe um jeito certo de usar o vibrador

Mito — e dos grandes! A gente pode usar o vibrador no corpo todo e da maneira que julgamos mais adequadas para as nossas vontades, sem regras e sem chances de “magoar” o clitóris, por exemplo. Ainda assim, algumas regiões podem ser mais propícias a gerar incômodos, o que pode dar a ilusão de que estamos usando o vibrador do jeito errado.

“Na região vulvar, existe o clitóris e ele tem a região da glande (aquela pontinha), que é onde algumas mulheres podem ter mais sensibilidade. Então, se for muito estimulada, pode dar uma sensação de desconforto”, explica a Dra. Juliana. “Uma solução é estimular também as laterais da vulva, porque ali existe a continuação do clitóris e é uma área que pode dar sensações prazerosas e levar ao orgasmo.” 

A Dra. Juliana destaca, ainda, quais são as únicas regras na hora de usar o vibrador. Olha só: 

  1. Em primeiro lugar, tem que estar higienizado. Você pode fazer isso usando água corrente e sabão neutro, mas lembre-se de verificar quais são à prova d’água antes de molhá-los por completo!
  2. Também é melhor evitar compartilhar os vibradores, especialmente se você tem múltiplas parcerias sexuais.
  3. Por fim, é fundamental usar muito lubrificante (à base de água!), até porque a vibração em excesso pode machucar a área em que o vibrador está sendo usado.

Além disso, é sempre bom lembrar que escolher o vibrador perfeito também ajuda a encontrar o jeito de usar o vibrador que funciona melhor pra você.

4. Usar o vibrador também pode ser um ato de saúde

Verdade! A gente reforça bastante que conhecer o próprio corpo e a própria sexualidade tem impactos poderosos na nossa saúde sexual e mental, e usar vibradores é uma maneira de fazer com que isso aconteça.

“É um recurso que eu acho que a gente precisa entender, testar e ver se faz sentido pra nós mesmas”, afirma a Dra. Juliana. “Me preocupa que o vibrador seja colocado como um vilão, me parece uma tentativa de restrição da sexualidade feminina.”

Além disso, usar vibradores é uma maneira de explorar um pouco mais a própria sexualidade e as preferências de cada uma. Alguém que ainda está tentando descobrir quem é sexualmente pode contar com esses momentos de intimidade (sozinha ou acompanhada) pra entender mais do que gosta e questionar tabus sociais muuuito enraizados — até quando falamos de prazer masculino, tá?

Por fim, o vibrador também pode ser uma ferramenta que melhora a saúde física de diversas pessoas. Para quem vivencia dor na relação sexual causada por problemas ginecológicos, por exemplo, o uso de vibradores é uma maneira de relaxar a musculatura, o que pode ajudar na prática sexual e fazer parte de alternativas terapêuticas direcionadas por ginecologistas e/ou fisioterapeutas pélvicas. 

“A gente usa muito os vibradores e dilatadores vaginais em consultas ginecológicas ou de fisioterapia pélvica pra ajudar mulheres a tratarem doenças, como ocorre nos casos de vaginismo”, lembra a Dra. Juliana.

5. O uso recorrente do vibrador vicia

Mito! O uso recorrente do vibrador até pode criar uma sensação de vício, mas não gera dependência

A Dra. Juliana explica que essa sensação, por sua vez, está ligada ao fato de o vibrador ser uma ferramenta que leva ao orgasmo de maneira muito rápida todas as vezes. Por conta disso, não é incomum que as mulheres recorram somente ao vibrador, ou fiquem com a ideia de que precisam daquele estímulo específico para conseguir sentir prazer ou chegar ao orgasmo.

Para mudar esse cenário, é fundamental conhecer outras fontes de prazer (sozinha ou acompanhada) e estimular zonas diferentes do corpo. Também vale apostar em tipos diversos de vibrador, que têm estímulos variados.

“E não é que seja errado usar sempre o vibrador ou ‘viciar’ em um jeito de usar. Se tá funcionando para aquela mulher, tá tudo certo”, explica a Dra. Juliana. “Mas eu acho que a gente precisa lembrar que sexualidade é sobre criar repertório. Porque o que faz sentido pra você hoje, daqui a dois, três anos talvez já não faça. Ou talvez mude de acordo com a pessoa com quem você está se relacionando. Então criar repertório é uma maneira de ter uma vida sexual mais saudável por um período mais longo de tempo.”

“A única preocupação que eu tenho quando a gente fala do uso excessivo do vibrador, e quando eu digo excessivo quero dizer sem consciência, é justamente a pessoa deixar de entender que existem outras vias de prazer e estar numa relação em que ela não consegue ter um orgasmo ou uma relação prazerosa sem ter o vibrador junto. Mas isso não é sobre o vibrador, é sobre como essa pessoa encara essa ferramenta dentro do seu repertório sexual.

6. Usar o vibrador sempre precisa levar ao orgasmo

Mito! Se a gente aprende que a finalidade do sexo é o orgasmo, então por que usar o vibrador se não for pra chegar lá? De acordo com a Dra. Juliana, a verdade é que essa conclusão é muito menos importante do que o caminho que leva até ela

Ou seja: mais do que atingir o orgasmo todas as vezes, o fundamental é que você aproveite a jornada. Afinal, é ela que vai te ajudar a descobrir o seu próprio corpo e entender o que está realmente funcionando ou não

Além disso, existem diferentes tipos de orgasmo, e eles não necessariamente vão ser super intensos. E isso também vale para os momentos com outra pessoa, tá? É claro que o prazer feminino é fundamental, e estar com alguém que valoriza isso também importa. Mas nem sempre a gente vai gozar — e tá tudo bem! Isso não significa que a relação não foi maravilhosa.

7. Não existe contraindicação para usar vibrador

Verdade! Em geral, todas as pessoas podem usar vibradores

A Dra. Juliana alerta, porém, que nos casos em que as pacientes apresentam algum problema de lesão ou infecção vaginal, o uso pode ser restringido antes de uma consulta médica. 

De todo modo, caso o uso de vibradores ou outros sex toys seja contraindicado pra você por algum motivo (por exemplo, após uma cirurgia vaginal), um profissional de ginecologia vai te avisar. Em situações normais, considere-se livre pra explorar o vibrador que quiser — e conhecer mais sobre si mesma nesse processo!

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