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Coluna da Nati: Nasce uma criança, NÃO nasce uma mãe

Sim, é isso mesmo que você leu no título.

Como mulher, sempre ouvi aquela máxima que diz: “assim que o bebê nascer, você saberá o que fazer”, da mesma família do ditado “nasce uma criança, nasce uma mãe”. Quem nunca ouviu dessas? Confesso que, como médica ginecologista, sempre acreditei que o início da maternidade seria ainda mais fácil – afinal, entramos nessa jornada com uma certa vantagem do ponto de vista teórico.

Mas agora, quase dois anos depois de ter dado à luz, preciso dizer que não foi tão fácil assim. Na verdade, foi e é bem desafiador, talvez até mais do que o normal, já que eu tinha certeza que “a mãe” nasceria magicamente no momento do parto. 

Pois acontece que, pelo menos por aqui, a mãe não nasceu. Ela está em construção. E, na minha opinião, ela está em construção há muito mais tempo do que eu imaginava. Essa construção vem desde o nosso nascimento, com toda a socialização feminina. Hoje, aos 34 anos, nem sei se algum dia esse processo vai terminar.

Será que alguém está realmente pronta para ser mãe?

Nas minhas consultas, recebo diariamente mulheres que dizem que não estão prontas para ter filhos. Para elas, respondo: mas quem está? Isso não quer dizer que todos devem ter filhos – sigo acreditando que cada um tem seus sonhos e suas missões neste mundo, a maternidade é apenas uma delas. Ainda assim, o medo de não estar pronta não deve ser um fator limitante; ele faz parte da nossa vida, é uma emoção básica que não deve nos limitar, mas sim nos proteger.

Antes de engravidar, eu tinha medo. Quando estava grávida, eu tinha medo. Quando a Maria, minha filha, nasceu, eu tive muito medo. Hoje, continuo com medo. Uma vez li que 90% dos nossos medos nunca se concretizam. Por isso, conviver com o medo e apesar dele, faz parte da nossa construção diária enquanto mães.

Ainda me sinto em construção: sou uma mulher, médica, com uma carreira pela qual sou apaixonada, e preciso se dedicar para a filha e família, além cuidar de uma casa, manter o autocuidado… só de escrever, fico cansada. São muitas atribuições e, como uma amiga querida sempre fala, em algum momento, um pratinho vai cair, não tem como manter todos equilibrados o tempo todo. 

A vida é isso, é construção, é dinâmica. Nenhuma de nós esteve ou estará pronta. Hoje convivo melhor com essa ideia. Assim como a vida, a maternidade, é uma construção diária. Nunca devemos comparar nossas vidas com a vida de ninguém e a maternidade deixa isso cada dia mais claro em minha vida.

A mãe não nasce, ela está em construção

A maternidade nos expõe a um grande espelho: se você tem hábitos ruins, provavelmente seu filho terá hábitos ruins; se você não sabe equilibrar trabalho e vida pessoal, isso vai refletir na vida do ser mais precioso do mundo, o seu filho; se você não se cuidar, isso também vai prejudicar alguém muito importante.

Ou seja, a partir do momento que você coloca uma parte de você neste mundo, você passa a encarar a vida de um ângulo diferente. Essa é a perspectiva que a maternidade me traz diariamente.

Acredito que este seja um dos motivos pelos quais o processo de nascimento, construção, de uma mãe, seja tão complexo e dinâmico. Uma verdadeira montanha-russa de emoções e sentimentos que com certeza vão nos tirar da zona de conforto. É justamente por isso que não importa o quão preparada você se sinta antes, a maternidade é um processo contínuo de aprendizado e crescimento que vai bagunçar nossas certezas.

A parte boa dessa notícia é que cada dia traz uma nova oportunidade de construirmos e fortalecermos nossa jornada como mulheres, mães, profissionais, enquanto equilibramos todas as facetas de nossas vidas. A vida, afinal, é essa construção constante, onde cada desafio nos molda e nos ensina mais sobre nós mesmas.

Sobre a autora

Médica ginecologista e obstetra, a Dra. Natália Ramos é especialista em fertilidade e líder da Equipe de Cuidado da Oya. Workaholic em recuperação e mãe da Maria. Graduação em Medicina pela Universidade Nove de Julho, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Pérola Byington. Especialização em Reprodução Humana pelo Hospital Foch (França).

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