O Manual Completo da Camisinha: tudo o que você deve saber!

A camisinha é o método anticoncepcional mais conhecido, e também o mais versátil: além de evitar uma gravidez indesejada, ela protege contra infecções sexualmente transmissíveis. Ainda assim, o seu uso vem caindo no Brasil nos últimos anos, enquanto as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) não param de crescer.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde mais recente do IBGE, apenas 22,8% dos brasileiros usam camisinha em todas as relações. Entre os adolescentes, houve queda: de 72,5%, apenas 59% continuam usando o preservativo. Paralelamente, o Brasil acumulou mais de 360 mil novos casos de sífilis entre 2018 e 2020.

Por isso, a Oya preparou um manual completo sobre os preservativos. Aqui, a gente te conta absolutamente tudo o que você precisa saber, desde a colocação até quais medidas tomar na hora que a camisinha estoura. Confira!

Comece pelo começo: o que é a camisinha?

A camisinha (ou preservativo) é um método contraceptivo de barreira, ou seja, funciona como uma proteção para evitar que os espermatozoides tenham contato com os óvulos. Assim, impede uma gravidez indesejada. 

Dentre os métodos desse tipo, o preservativo externo (ou peniano) é o exemplar mais conhecido e com uma maiores taxas de sucesso: sua eficácia é de 97% no uso perfeito, ou seja, quando todas as instruções de uso são seguidas à risca; para o uso típico, a efetividade é de 86%.

Além de impedir uma gravidez, os preservativos também são importantes formas de proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis. Por isso, recomenda-se que sejam usados mesmo por pessoas que já possuem outros métodos contraceptivos.

As camisinhas também estão disponíveis em diferentes tipos, materiais e tamanhos. Hoje em dia, não é difícil encontrar até preservativos nos mais diversos sabores. E, para melhorar, eles são distribuídos gratuitamente nos postos de saúde do Brasil.

Quais são os tipos de camisinha?

Você sabia que nem todos os preservativos são iguais? Conhecer os diferentes modelos, tamanhos e opções disponíveis nos ajuda a escolher aqueles que melhor se adaptam às nossas necessidades. Olha só:

Camisinha masculina (ou peniana)

A camisinha peniana, popularmente conhecida como camisinha masculina, é o tipo de mais fácil acesso. Ela é formada por uma bainha fina, que cobre o pênis e coleta o esperma, evitando que ele entre no útero

Dessa maneira, reduz o risco de propagação de infecções sexualmente transmissíveis e pode ser encontrada com facilidade em farmácias e postos de saúde, geralmente a um preço acessível.

Para usar o preservativo masculino, basta seguir o passo a passo:

  1. Abra o pacote com cuidado — e nunca use a boca, para evitar o risco de rasgar ou furar o conteúdo;
  2. Com o pênis ereto, coloque a camisinha na ponta, segurando com os dedos. Ela não deve ficar apertada;
  3. Com a outra mão, desenrole o conteúdo até a base;
  4. Aperte a ponta da camisinha para retirar todo o ar;
  5. Depois de ejacular, antes que o pênis fique flácido, retire a camisinha com cuidado e dê um nó mais ou menos na metade, assegurando a sua firmeza.

Lembre-se: o mesmo preservativo nunca deve ser usado mais de uma vez. Além disso, os lubrificantes devem ser à base de água, e não de óleo, para evitar acidentes.

Camisinha feminina (ou vaginal)

O preservativo vaginal ou externo, popularmente chamado de preservativo feminino, é uma bolsinha de poliuretano sem látex, fina, flexível e sem hormônios. Em geral, são mais difíceis de encontrar, e também têm um custo um pouco mais alto. Ainda assim, são eficazes em proteger contra uma gravidez indesejada ou ISTs.

Ao contrário da camisinha masculina, que deve ser colocada com o pênis ereto, a camisinha feminina deve ser inserida antes do sexo. Para isso:

  1. Retire o preservativo feminino com cuidado da embalagem, sem usar a boca;
  2. Com uma das mãos, dobre o anel flexível interno (menor) e insira o conteúdo na vagina;
  3. Com a ajuda dos dedos (e com cuidado!), posicione a camisinha dentro da vagina. O ideal é que ela seja colocada até o fundo, como se quisesse revestir o canal vaginal;
  4. O anel externo (maior) deve ficar para fora da vagina. É por ele que o pênis deve entrar;
  5. Depois da relação, torça o anel externo e retire o preservativo. Dê um nó e descarte.

A camisinha feminina também só pode ser usada em uma relação sexual, mesmo que não haja ejaculação. Além disso, a regra dos lubrificantes também vale: só use aqueles que são à base de água para evitar rupturas.

E nunca é demais lembrar: mesmo se a sua prática sexual envolve o contato de vulva com vulva, o uso da camisinha vaginal ainda é importante para evitar a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis.

Camisinha com ou sem látex?

Os preservativos podem ser confeccionados com uma série de materiais, e o mais comum é que possuam látex na sua composição. No entanto, algumas pessoas são alérgicas a essa substância, e, por isso, precisam optar por um modelo que não cause reações na pele.

As camisinhas sem látex são praticamente idênticas às com látex, com a ressalva de serem um pouquinho mais finas (mas igualmente resistentes!) — o que, para algumas pessoas, pode significar uma maior sensação de prazer. A única diferença é, de fato, a ausência da substância que pode causar alergia, o que possibilita um uso seguro para todo o tipo de pessoas.

A identificação desse tipo de preservativo é, em geral, feita na embalagem, mas também vale a pena dar uma olhada na composição, para tirar as dúvidas. E, para quem não tem problemas com o látex, o tipo de camisinha é apenas uma questão de gosto.

Camisinha tem tamanhos diferentes?

Sim! No caso da camisinha externa, é importante saber comprar o tamanho correto, para evitar que ela estoure ou saia do pênis durante a relação, prejudicando a sua eficácia. 

Assim, é preciso, antes, medir o pênis. Para isso, você pode usar uma fita métrica comum. Mas lembre-se de medir o comprimento e a largura, ok?

Com base nessas medidas, é possível escolher entre três medidas de preservativo masculino. Tenha em mente, porém, que essas medidas dizem muito mais respeito à largura do que ao comprimento — já que a camisinha tem uma capacidade elástica beeeem grande.

  • O tamanho pequeno (também chamado de “teen”) costuma ser indicado para quem tem menos de 13 cm de comprimento peniano, já que o diâmetro fica em torno dos 49 mm.
  • O tamanho médio (e padrão!) tem, em média, 16 cm de comprimento e 52 mm de diâmetro.
  • O tamanho grande é indicado para pessoas com mais de 16 cm de comprimento peniano, e o diâmetro costuma ser de 54 mm a 58 mm.

Em geral, os tamanhos pequeno e grande só devem ser buscados se a adaptação com a camisinha padrão é muito ruim. Ou seja: se ela fica caindo muito durante a relação, ou se aperta e machuca, é melhor considerar trocar o tamanho. Ainda assim, sempre dá pra experimentar e ver o que te faz sentir mais confortável.

Ah! E o mesmo vale para os vibradores e outros brinquedos eróticos, tá? Eles também devem ser protegidos com preservativos, e, se tiverem tamanhos diferentes do padrão, vale a pena investigar se uma camisinha maior ou menor não é mais adequada. 

Quais são os erros comuns no uso da camisinha?

Apesar de ser um método contraceptivo bastante comum, vale a pena mencionar algumas práticas que podem prejudicar a eficácia da camisinha. Olha só:

  • Usar dois preservativos ao mesmo tempo: Seja um preservativo de cada tipo (por exemplo: uma camisinha peniana e outra vaginal), sejam dois preservativos iguais (duas camisinhas penianas, uma por cima da outra), não é adequado usá-los ao mesmo tempo. O atrito gerado entre os materiais pode fazer com que a camisinha rasgue ou estoure.
  • Usar lubrificantes à base de óleo ou vaselina: Essas substâncias não são indicadas para a camisinha porque podem danificar o material da sua composição. Desse modo, aumentam as chances da camisinha estourar. Ou seja, nada de óleo de coco, viu?
  • Usar preservativos com a data de validade vencida: As camisinhas têm uma vida útil bem longa, mas, uma vez vencidas, devem ser descartadas. Caso contrário, há riscos de rasgarem ou de perderem a eficácia.
  • Armazenar a camisinha em lugares apertados, como a carteira: Espaços muito apertados e muito quentes também contribuem para que a qualidade do material do preservativo fique prejudicada. Por isso, lembre-se de não deixá-las na carteira por vários dias.
  • Colocar o preservativo ao contrário: Lembre-se que a camisinha deve deslizar com facilidade. Quando colocada ao contrário, é comum que haja resistência. Caso isso aconteça, jogue essa camisinha fora e tente novamente com uma nova, tá?
  • Esquecer de apertar a pontinha do preservativo na hora de colocá-lo: essa “folguinha” serve para retirar o ar e garantir que o preservativo não irá estourar na hora da ejaculação, o que é fundamental para seu bom funcionamento.

O que fazer se a camisinha estourar?

A camisinha estourou! E agora? Em primeiro lugar, é hora de manter a calma: acidentes acontecem, e eles não são, necessariamente, o fim do mundo. Nesses casos, é importante tomar todas as precauções que também seriam necessárias se você tivesse transado sem camisinha. Olha só:

Para evitar uma infecção sexualmente transmissível:

O maior risco no momento em que o preservativo estoura é a contaminação com uma infecção sexualmente transmissível. Por isso, se você acha que pode ter tido contato com alguma IST — ou se quer ficar com a consciência mais tranquila —, pode procurar ajuda em uma Unidade Básica de Saúde.

A maioria das ISTs pode ser evitada quando procuramos atendimento médico até 72h após a relação sexual. Na unidade de saúde mais próxima, você pode solicitar a PEP: Profilaxia Pós-Exposição ao HIV. Ela é totalmente gratuita e a equipe de saúde vai te explicar direitinho como funciona o processo de testagem e medicação.

Além do HIV, você também pode fazer um teste para sífilis e hepatites B e C, e até tomar a vacina da hepatite B, caso ela esteja disponível. Outra opção é buscar um laboratório particular e tomar a vacina contra HPV

Por fim, fique de olho em sintomas típicos de infecções sexualmente transmissíveis, como corrimentos de coloração e cheiros anormais ou feridas na região íntima. Em caso de suspeita, fale com um médico.

Para evitar uma gravidez indesejada:

Se a camisinha estourou e você não usa nenhum outro método contraceptivo, também vale a pena garantir que isso não vai resultar em uma gravidez indesejada. Nesse sentido, uma opção é tomar a pílula do dia seguinte.

No entanto, é importante ter em mente que essa é uma medida emergencial, com efeitos colaterais um pouco chatos. Alguns exemplos são: náuseas, dor de cabeça, dor nas mamas e vertigens. 

Além disso, a pílula do dia seguinte não pode ser usada com frequência. Por isso, se a camisinha costuma estourar, vale a pena pensar em combiná-la com outro método contraceptivo. 

Posso combinar a camisinha com outro contraceptivo?

Não só pode como deve! A recomendação é que a camisinha sempre seja usada combinada com outro método, garantindo maior eficácia na hora de evitar uma gravidez e, o principal: uma proteção mais completa para aqueles métodos que não oferecem barreira contra ISTs.

Para isso, você deve investigar qual é o anticoncepcional ideal pra você. Existem algumas opções:

  • Métodos contraceptivos de barreira: São aqueles que não usam hormônios, como o DIU de cobre, e impedem o contato entre os espermatozoides e os óvulos.
  • Métodos contraceptivos hormonais: São aqueles que usam hormônios e bloqueiam a ovulação, fazendo com que seja mais difícil engravidar. Podem ser usados em tratamentos para algumas doenças ginecológicas.
  • Métodos contraceptivos definitivos: São aqueles que retiram toda a possibilidade de uma gravidez natural.
  • Métodos contraceptivos naturais: Também não são hormonais, e contam principalmente com um estilo de vida mais regrado e maior atenção ao próprio corpo.

Parece difícil escolher? A Oya Care pode te ajudar nesse processo: com a Jornada da Contracepção, você recebe uma cartilha completa, com todos os métodos disponíveis. Depois, faz uma consulta com uma ginecologista especialista no assunto, para tirar todas as suas dúvidas e decidir, com apoio e autonomia, qual é o método certo pra você.

A Jornada da Contracepção também permite que você faça uma consulta de retorno depois de 3 meses com o novo método, para falar sobre efeitos colaterais. Além disso, a equipe de cuidados da Oya fica disponível por WhatsApp, acompanhando a sua trajetória. Assim, a gente garante que você vai ficar bem e segura.

Lembre-se: o seu corpo é seu! E a Oya pode te ajudar a ter mais conhecimento para tomar decisões com confiança e cuidado. Vamos juntas?

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