O que uma ginecologista faz na primeira consulta?

Ir ao ginecologista nem sempre é uma tarefa fácil. Na verdade, para muitas pessoas do sexo feminino, essa tarefa é, inclusive, deixada de lado até não poder mais ser evitada. Mas por que esse processo é tão difícil? Será que não tem jeito de torná-lo um pouco mais confortável?

A Oya acredita que sim. Por isso, montamos este conteúdo, te explicando direitinho o que uma ginecologista faz na primeira consulta. É claro que tudo depende do seu histórico médico e das razões que te levaram até o consultório, mas, no geral, é bem comum passar por algumas etapas-chave. E a gente vai te dizer quais são. Vamos juntas?

Passo 1: A anamnese

Anamnese é o termo técnico para aquelas perguntinhas de início de consulta. Nessa etapa, a ideia é que você conte pra ginecologista quais são os seus sintomas ou o motivo que te levou até ali. Com base nessas informações, ela pode te pedir um pouco mais de contexto ou fazer perguntas mais específicas.

Por exemplo, se você quer mudar o seu anticoncepcional, é natural que a médica queira entender o porquê, se você já testou outros métodos contraceptivos, se existe algum que você já está querendo testar, como é o seu estilo de vida etc.

Por outro lado, se você está com sintomas de candidíase, por exemplo, ela pode querer saber se é a primeira vez que você sente tudo isso, se você teve alguma relação desprotegida, se você costuma usar roupas muito apertadas, essas coisas.

Nesse momento, a melhor política é ser totalmente sincera, mesmo que sinta um pouco de vergonha. É natural, para todas nós, sentir um pouquinho de desconforto quando falamos de assuntos íntimos, mas isso vai se tornando cada vez mais fácil conforme nos sentimos mais seguras no ambiente em que escolhemos estar. 

É importante, também, lembrar que a médica está ali para te ajudar a resolver um problema, e não para julgar os seus hábitos e as suas decisões, ok? Caso você se sinta constrangida ou intimidada em relação ao seu corpo, aos seus hábitos ou às suas escolhas de vida por conta de alguma fala ou atitude do profissional de saúde, está mais do que liberado buscar outra médica.

Passo 2: Os exames físicos

Depois da anamnese, você pode ser levada para uma mesinha onde são feitos os exames ginecológicos. Nesse momento, é comum que a médica peça para que você tire sua roupa e fique apenas com um avental, que deve ser descartável. Para sua segurança, você pode solicitar que os exames físicos sejam acompanhados por outra pessoa ou também pode optar por levar um acompanhante

O outro lado também é liberado: caso esteja acompanhada de alguém, você pode pedir para que essa etapa aconteça com mais privacidade. No geral, as médicas são orientadas a perguntar como você se sente mais confortável, facilitando esse processo em situações mais delicadas. 

Lembre-se: a ginecologista é a médica dos cuidados do sexo feminino, então o exame físico (especialmente na primeira consulta) avalia tudo: pele, cabelo, membros, mamas, e as partes íntimas.

É hora de ocupar a temida cadeira ginecológica, mas a gente te garante que ela vai parecer menos intimidadora com um pouco de prática e informação.

Exame das mamas

No início da etapa de exames físicos, a ginecologista realizará o exame das mamas. Para isso, você, já deitada, deve erguer os braços acima da cabeça, relaxar o corpo e olhar para frente. Em seguida, com cuidado, a médica faz o apalpamento de toda a região das mamas. 

O objetivo é investigar sintomas como dor, alterações na pele, nódulos ou cistos e a presença de alguma secreção. Para uma melhor visualização, pode ser que você precise mudar de posição algumas vezes, colocando as mãos na cintura ou erguendo o tronco. 

De toda forma, porém, esse exame costuma ser bem rápido e indolor.

Exame vulvo vaginal (“exame de toque”)

O exame físico das partes íntimas é essencial para detecção de alterações e direcionamento da conduta médica. Ele envolve a avaliação externa da vulva, interna da vagina (chamado de exame especular, que pode incluir a coleta do papanicolaou) e o exame de toque vaginal

O exame de toque é importante para avaliar a posição, a mobilidade e o tamanho dos órgãos femininos, e se existem alterações específicas. Funciona assim: com você deitada na cadeira ginecológica, a médica insere um ou dos dedos na sua região genital, enquanto a sua outra mão fica sobre o seu abdômen. 

Dessa maneira, ela consegue avaliar a presença de doenças como a endometriose, além de inflamações uterinas e alterações no útero ou ovários. 

No entanto, esse exame pode ser desconfortável para algumas pessoas. Por isso, lembre-se de ser transparente com a sua médica, especialmente se tiver dor, desconforto, ou sentir-se constrangida de alguma maneira.

Papanicolau

Em uma consulta de rotina, é comum que seja colhido o preventivo, uma amostra de fluidos vaginais que é enviada para o laboratório, também conhecido como papanicolau. Esse exame, considerado “básico”, serve para que a ginecologista entenda e observe como está a sua saúde íntima. 

Algumas pessoas podem sentir um pouco de desconforto. Afinal, para acessar o colo do útero, ginecologistas usam um instrumento chamado espéculo, que mantém a área aberta. Se você nunca teve relações sexuais com penetração, é importante avisar antes do exame, para que sejam usados instrumentos adequados e seguros.

Por mais difícil que seja, relaxar na hora em que está sendo examinada ajuda muito: quanto mais tensa, maior a contração dos músculos e, portanto, maior o incômodo. Mas lembre-se: desconforto é diferente de dor. Caso você sinta que algo está te machucando, avise!

Para pessoas com condições ginecológicas específicas, como o vaginismo e a endometriose, esses exames podem ser mais delicados. Por isso, seja honesta com a médica e explique o que já costuma te deixar desconfortável ou com dor

E um detalhe que faz toda a diferença: na Oya, temos disponível também uma bolsinha de água quente para colocar no seu abdome, caso se sinta mais confortável assim durante o exame ginecológico. É só solicitar para a médica que está te atendendo. 

Passo 3: Mais exames

Por fim, pode ser que a ginecologista te passe novos exames, além daqueles de rotina. Isso só vai acontecer quando vocês precisarem investigar alguma situação com mais profundidade, antes de tomar decisões sobre um possível tratamento.

Por exemplo: na hora de trocar o seu método contraceptivo, pode ser que a sua ginecologista peça exames de sangue para ver os seus níveis hormonais. Se você está investigando questões como síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou cistos de maneira geral, é comum realizar o ultrassom transvaginal. 

Também é comum que sejam solicitados exames para infecções sexualmente transmissíveis, mesmo que elas não sejam uma suspeita: como algumas podem ficar inativas por anos, ter esse acompanhamento recorrente é fundamental, especialmente se você teve relações sexuais desprotegidas e/ou múltiplas parcerias.

Depois de feitos os exames (em um laboratório ou, no caso do check-up ginecológico da Oya, no consultório mesmo), você pode voltar à ginecologista para dar continuidade ao tratamento.

Alerta vermelho: O que não pode rolar em uma consulta com ginecologista?

A consulta ginecológica intimida e assusta muitas pessoas por demandar uma certa “intimidade” que é menos comum em outras especialidades. Ficamos expostas não só por conta dos exames físicos, mas também porque é na consulta ginecológica que tratamos de questões bem pessoais, como vida sexual e fertilidade. 

Contudo, é importante saber o que faz parte ou não dessa relação entre médico e paciente e, para a sua segurança, é fundamental ter em mente que algumas posturas são inaceitáveis

Olha só:

  • Não permitir a presença de um auxiliar médico ou acompanhante: Você, enquanto paciente, pode exigir a presença de uma terceira pessoa durante a consulta. Essa pessoa pode ser um acompanhante seu (mãe, amiga, prima, irmã, parceire) ou um outro profissional de saúde.
  • Solicitar o envio de fotos suas ou de sua região íntima: Outra bandeira vermelha. Mesmo nos casos de consultas online com ginecologista, um profissional de saúde não pode pedir que você envie fotos pessoais, nunca.
  • Te tocar sem a sua autorização: É verdade, a consulta ginecológica envolve exames físicos. Mas você precisa saber quando eles vão acontecer, e com qual finalidade. Sem o seu consentimento, o profissional não pode colocar a mão no seu corpo.
  • Discutir suas práticas sexuais e seu corpo: A menos que haja uma justificativa médica clara, um profissional de saúde não pode questionar as suas escolhas e decisões sexuais, nem o que você faz (ou deixa de fazer) com o seu corpo.
  • Te constranger e/ou desrespeitar: Suas escolhas e seu histórico de saúde não devem ser usados como uma “arma” contra você. Se a sua ginecologista te faz sentir mal ou culpada, ou não respeita as suas vontades, tem alguma coisa muito errada aí.

Se você passar por qualquer uma dessas situações, deixe o consultório médico imediatamente. E, caso se sinta confortável, busque ajuda e denuncie o profissional. Desse modo, você se protege e também protege outras pessoas do sexo feminino.

Por que fazer uma consulta com ginecologista?

A gente tem o costume de achar que viver com alguns incômodos (principalmente ginecológicos) é normal. Mas isso não é verdade. E uma ginecologista é a profissional ideal para te ajudar a ter mais qualidade de vida. Por isso, ela deve ser consultada pelo menos uma vez ao ano, e não só quando surge um perrengue que precisa de solução imediata.

Alguns exemplos de situações em que ir a uma ginecologista é fundamental são:

  • Quando você sente cólicas menstruais muito fortes;
  • Quando você tem dúvidas sobre o seu corpo e a sua saúde íntima;
  • Quando o seu ciclo menstrual não é regular;
  • Quando você sente um odor diferente ou tem um corrimento de cor incomum;
  • Quando você tem relações desprotegidas, mesmo que só de vez em quando e com uma parceria fixa;
  • Quando você quer trocar de método contraceptivo, ou encontrar um que se adapte à sua rotina;
  • Quando você costuma sentir dores na relação sexual;
  • Quando você está pensando em engravidar, agora ou no futuro.

Já passou ou está passando por alguma dessas situações? Então não perca tempo: se você é de São Paulo (SP), agende sua consulta com a Oya Care e tire todas as suas dúvidas, faça os exames necessários e tenha mais conforto e autonomia na hora de tomar decisões.

ESCRITO POR

Dra. Juliana Sperandio

REVISADO POR

Dra. Juliana Sperandio

A Dra. Juliana Sperandio é a líder de cirurgias da Oya Care e especialista em endometriose, miomas, pólipos e cirurgias ginecológicas minimamente invasivas.

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