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Congelamento de óvulos: “Se você tem dúvida, já vale a pena”

Nem todo congelamento de óvulos acontece em um momento de pressa ou desespero. Para Mariana Negri, de 36 anos, essa decisão veio através de uma reflexão cuidadosa sobre seu futuro reprodutivo e o desejo de ter liberdade para planejar sua família no tempo certo.

Em entrevista para o blog da Oya, a economista compartilhou sua jornada desde os primeiros questionamentos sobre o procedimento, aos 32 anos, até o momento em que efetivamente decidiu fazer o congelamento de óvulos, quatro anos depois. Em uma conversa franca e esclarecedora, ela oferece uma nova perspectiva sobre a maternidade e a segurança reprodutiva e diz, inclusive, que pretende congelar os óvulos novamente.

É hora de mergulhar nessa conversa e descobrir o que o futuro pode reservar para quem escolhe ser protagonista de seu futuro reprodutivo. Vamos juntas?

Quando você ouviu falar de congelamento de óvulos pela primeira vez? 

Mariana Negri: Foi através de uma amiga que estava fazendo o procedimento. Ela é um pouco mais velha que eu, na ocasião ela estava dedicada à carreira, tava solteira, e aí surgiu esse assunto. Eu já tinha ouvido falar muito por cima, mas essa foi a primeira vez que tive contato com alguém passando por isso. Eu me interessei, mas não fui atrás de imediato. Só acendeu uma luzinha de que poderia ser algo interessante.

E quando foi que você entendeu que o congelamento de óvulos era para você? 

MN: Quando aquela amiga fez o procedimento, eu tinha uns 32 anos e estava me separando. Achei que poderia ser interessante porque eu não sabia quando iria encontrar alguém de novo, nem se eu iria encontrar. Então o congelamento poderia ser uma alternativa. Mas meio que guardei na caixinha, não fui atrás. A gente [eu e a amiga] falou bem por cima sobre o assunto. 

Depois de uns dois anos, conheci outra pessoa, que é com quem estou casada agora. E foi ele, meu atual marido, que comentou comigo sobre a Oya. Ele já tinha sido casado, assim como eu, e já tinha uma filha, eu não. A gente estava conversando sobre nosso relacionamento e ele falou que a irmã dele congelou óvulos, fez fertilização in vitro e ele conhecia a Oya por causa dela. Ele me disse que poderia ser legal ir lá bater um papo.

Na época tive uma consulta com a Dra. Natália [Ramos, ginecologista especialista em fertilidade feminina e Líder de Cuidados da Oya Care] e ela disse que eu ainda não precisaria congelar. Como eu estava saudável, começando um relacionamento, ela disse que dava para esperar mais um pouco. Achei isso super legal porque, além de me dar uma acalmada, mostrou um aspecto muito humano. [A clínica] Não é um negócio que você vai vendendo, vai empurrando os serviços nas pessoas, é muito individualizado. Foi uma das coisas que me fez voltar na Oya quando decidi, de fato, congelar óvulos, esse ano, com 36 anos.

O que fez você decidir que finalmente era hora de congelar os óvulos?

MN: Passaram dois anos, eu casei, e comecei a conversar com meu marido sobre tentar [engravidar]. Mas queríamos fazer isso sem pressão, sem pressa, até porque eu trabalho muito, a gente acabou de se casar, mudamos de casa, ainda estamos curtindo essa fase. Sei que não existe um momento ideal, mas para mim começou a pesar a questão de ter liberdade para tomar essa decisão. Uma coisa é [escolher esperar] aos 34, com 36 anos eu sei que a reserva começa a cair um pouco mais.

Refiz os exames, tava tudo bem, mas a reserva já tinha caído significativamente. Todo mundo fala que depois dos 35 ela cai, e cai mesmo, é até engraçado. Nosso corpo é um reloginho. Foi aí que decidi que era hora de congelar, então voltei na Oya para entender os próximos passos.

Você chegou a visitar alguma outra clínica antes de se decidir pela Oya?

MN: Clínica não, mas falei com meu ginecologista que me acompanha há mais de 10 anos. Ele foi super a favor, até achava que eu tinha que ter congelado antes porque tenho endometriose, operei com ele, foi uma cirurgia relativamente complicada, mas deu tudo certo. Eu tinha uns 32, 33 anos, coloquei DIU também, e ele falou que eu deveria começar a pensar em congelar meus óvulos. Mas depois de conversar com a Natália e ouvir que eu poderia esperar, falei pra ele que não iria olhar pra isso agora.

Então esse ano, na minha consulta de rotina, falei que o assunto de engravidar estava voltando à tona [na minha vida] e ele me pediu o antimülleriano. Vimos que tinha caído um pouco [a reserva ovariana], mas ele falou que eu tinha total capacidade de engravidar naturalmente. Mas como ele me conhece, sabe da correria que é minha vida, quando falei que tinha conhecido uma clínica para congelar óvulos, ele foi a favor. 

Como foi sua experiência com o congelamento de óvulos?

MN: Foi mais tranquila do que eu esperava. Quem me atendeu foi a Dra. Gabi [Dra. Gabriela Prata, ginecologista especialista em fertilidade da Oya Care], uma querida. Dei todo o contexto e ela me explicou em detalhes como seria o procedimento. Marcamos o ultrassom pra ver se aquele ciclo estava bacana ou não, porque não adiantava nada iniciar o processo se eu não tivesse muitos folículos. Não é simplesmente começar a tomar a medicação, tem preparo, acompanhamento.

Pra mim foi uma novidade descobrir que aqueles óvulos [que seriam estimulados] são óvulos que meu corpo iria descartar. Eu achava que tiravam óvulos da reserva [ovariana], foi algo que eu não sabia e pensei “que maravilha!”. O negócio é mesmo começar a guardar o quanto antes porque o corpo vai descartar mesmo. Achei super bacana saber disso, talvez seja o medo de outras mulheres pensar em tirar óvulos de uma reserva que já está caindo. 

Foi uma das coisas mais legais, a quantidade de informação [que recebi]. Meu marido me apoiou bastante e foi a favor de eu congelar óvulos, não embriões, mesmo que a gente faça FIV um dia. A ideia é que eu tenha a minha liberdade.  

A estimulação ovariana

Foram três meses até chegar num ciclo bom. O primeiro [ultrassom] estava muito bom, mas eu tinha uma festa para ir, ia ser meio caótico. Em janeiro viajei, fevereiro não estava tão bom, começou a me bater um nervoso, medo do tempo estar passando, mas elas [equipe da Oya] me acalmaram, falaram pra eu ficar tranquila que ia dar tudo certo. Março a gente fez outro ultrassom e ele estava ótimo, então bora.

Comecei a tomar medicação, foram uns 10 dias de tratamento, tudo relativamente tranquilo. Você fica com uma TPMzinha, já que são hormônios que você está colocando ali, achei que ia ser um processo mais chato, mas foi bem tranquilo. Você toma um remédio, aplica uma injeção à noite [e só]. Fica um pouco inchada, mas faz parte, na conversa a médica já explica [que é normal]. Como eu tenho essa amiga que já passou por isso e outras que também fizeram, consegui trocar bastante informação com elas e também dividir essa experiência. 

Não mudei nada na minha rotina de trabalho. Só senti mais o inchaço no final, a roupa aperta, para fazer treinos é mais difícil, mas não teve um grande impacto. 

A coleta dos óvulos

A coleta em si foi bem tranquila também, assim como o pós. Fui trabalhar no mesmo dia, faria de novo, inclusive (risos). O resultado foi muito bom, conseguimos coletar 9 óvulos maduros saudáveis e a Dra. Gabi ficou bem contente. 

Qual foi a parte mais desafiadora desse processo para você? 

MN: O finalzinho da estimulação ovariana, porque você já está inchada, tem que tomar essas injeções, acaba ficando um pouco cansativo. Tem um desafio aí, mas é super contornável. Outro desafio é a ansiedade, você quer fazer logo para saber se vai dar certo. Mas quando ficava ansiosa, eu trocava uma ideia com a Dra. Gabi no Whatsapp e ela sempre dizia que estava tudo certo. Acho legal dizer que durante o processo a gente faz alguns ultrassons, o que é bom porque dá para acompanhar o estímulo e isso vai te engajando, te deixando otimista. 

E qual foi o ponto alto da experiência?

MN: Quando você recebe a notícia de que conseguiu coletar vários óvulos, que foi um percentual bacana. É muito bom saber que todo o processo que você passou valeu a pena, você sabe que pelo menos um embrião vai sair dali e seu trabalho está feito. O apoio da turma da Oya também foi muito bacana, a Dra. Gabi traz muita informação sempre e é uma oportunidade de aprender também, nunca tive esse nível de detalhe de informação [sobre meu corpo], e isso traz tranquilidade. 

A forma como você enxerga a maternidade, o planejamento familiar, mudou após a experiência de congelar os óvulos?

MN: Eu e meu marido tínhamos uma ideia de começar a tentar [engravidar] nesse primeiro semestre. Com o congelamento, a gente postergou esse plano para o fim do ano. Não tínhamos pressa, era uma questão de priorização. Mas a gente está junto há três anos e ainda vamos fazer um ano de casados. Começamos a repensar nossas experiências, o que queríamos enquanto casal, e bateu um receio de estar atropelando um pouco as coisas. Faz dois anos que a gente tá num batidão, talvez seja hora de curtir um pouco. 

Ele trabalha bastante, eu também, estou num momento de carreira bem dinâmico, intenso, é um momento bacana de conquistar coisas novas, alcançar lugares diferentes… Tem muita coisa que ainda quero fazer; a gente gosta muito de viajar, e sei que filho não é um impeditivo, mas a vida muda, ainda mais com um filho pequeno. Então a gente decidiu postergar o momento de tentar uma gestação e o congelamento trouxe uma calma, uma certa paz de espírito. 

Também estamos pensando se vamos tentar a gravidez de forma natural ou se vamos fazer FIV. Nós estamos saudáveis, mas eu já tenho 36 anos, e sei que conforme a mulher vai ficando mais velha, aumentam as chances de síndromes. A FIV traz uma segurança sobre isso também. Então isso mudou também. 

Você falou bastante sobre o apoio do seu marido, mas queria saber o que ou quem mais te ajudou a passar por esse processo e fez com que essa jornada fosse mais tranquila pra você.

MN:  As amigas que já tinham passado por esse procedimento, é legal dividir com quem já passou pelo mesmo que você. Eu divido com meus pais também, mas acho que o maior apoio foi o meu marido, que foi comigo em todas as consultas, e o próprio suporte da Oya. Gosto de destacar que a Dra. Gabi foi realmente uma querida, um atendimento muito humanizado, assim como de todo o pessoal, desde a recepção [da clínica].  

Se você pudesse deixar uma mensagem para uma pessoa que está pensando em congelar óvulos ou que está vivendo o congelamento nesse momento, o que é que você falaria?

MN: Eu diria que vale muito a pena congelar óvulos. Ainda existem tabus, mas acho que é por causa de falta de informação. Eu teria começado antes, inclusive. Sei que está tudo bem, mas agora acho que teria feito o procedimento antes porque sei que teria ainda mais chances de sucesso. Para a dinâmica que a gente vive hoje, de muito trabalho, muitas tarefas, mas também de lazer (sou alguém que gosta de sair com as amigas, de viajar, de ter liberdade) o congelamento de óvulos realmente traz uma independência bacana, uma segurança, para a mulher. 

Então recomendo fortemente, não só para as mulheres que pensam em ser mães, mas também para as que estão em dúvida. Se você está nessa dúvida de quero-não-quero-quero-agora-quero-depois, independentemente de ter um parceiro ou não, da idade… Tem que ser uma decisão única e exclusivamente da mulher. Se você tem a dúvida se quer ou não [ter filhos um dia], já vale a pena. Realmente traz muita segurança, tira um pouco esse peso do tempo. 

[O procedimento] Tem seus desafios, mas você tem que pensar que é algo temporário, é para um bem maior, com um propósito que você escolheu. Foi super bacana e eu faria de novo, inclusive. Se a gente optar por fazer a FIV, quero aproveitar o processo e congelar mais óvulos, deixar eles lá bem bonitinhos. 

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